Por Sulamita Esteliam
Com conteúdo absolutamente inédito, foi lançado nesta terça, 12, em São Paulo, durante seminário promovido pelo Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, o compêndio Panorama da Comunicação e das Telecomunicações no Brasil. Publicado em três volumes, o estudo foi realizado pelo Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, presidido pelo economista Márcio Pochman, e pela Socicom – Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação.

Sem medo de mexer no vespeiro, Ipea e Socicom constatam, a partir da radiografia, que a garantia do acesso democrático às novas tecnologias e à informação de qualidade passa, necessáriamente, pela regulação do setor. Aqui, aqui e aqui o acesso aos volumes um, dois e três da pesquisa, respectivamente, disponibilizados pela Agência CUT.
É o que reivindicam entidades e militantes por uma nova comunicação no país, no meio do qual esta reles blogueira se insere.
A ideia é levar ao governo Dilma o apelo para que toque adiante o anteprojeto do novo marco regulatório. Elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins, após amplo debate com a sociedade brasileira e a comunidade de informação internacional.
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O tema centralizou os debates que se seguiram ao lançamento do compêndio, no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na noite de ontem. Aqui a cobertura da Rede Brasil Atual. E aqui o artigo de Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, a respeito.
Teme-se, a partir das hesitações manifestas do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que o assunto fique em banho maria, quando é imperioso. Em princípio, o governo parece querer focar no Plano Nacional de Banda Larga, absolutamente imprescindível, mas que não basta por si.
Amorim lembra que “a banda larga é o trilho e a Ley dos Medios é a carga do trem. Quanto mais longe for o trilho, melhor. Desde que o trilho leve um trem que tenha dentro a democracia”.
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Evidentemente que vai haver choros e ranger de dentes. O tema regulação assombra a mídia nativa conservadora, que acusa qualquer atividade nesse sentido como sendo “censura” à liberdade de expressão. Mentira, curta e grossa.
Escreve Marcel Gomes, em Carta Maior: “Seja como vetor de entretenimento, educação ou cultura, a indústria da comunicação no Brasil poderia desempenhar um papel mais relevante do que o atual neste período de aceleração do desenvolvimento do país”.

Clique para ler a entrevista do jurista Fábio Konder Comparato ao Vermelho. Militante da causa da comunicação, ele é autor de três ADOs – Ações Diretas de Inconstitucionalidade por Omissão contra o Congresso Nacional por não regulamentar os artigos da Constituição de 1988 que tratam do assunto. Para ele, o governo Dilma não pode se acovardar diante do assunto.
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