Mínimo do mínimo, demagogia à parte

por Sulamita Esteliam
A exceção do PDT, toda a base aliada votou com o governo - foto: AgBr

O governo Dilma Roussef passou, com louvor, no seu primeiro teste na Câmara dos Deputados. A proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 545 foi aprovada no final da noite de ontem por folgada margem de votos.  O projeto de lei, encaminhado pelo Executivo, fixa, ainda, as regras para reajuste do mínimo de 2012 A 2014, sem ter que passar pelo Congresso.

O novo mínimo entra em vigor após a publicação das novas regras, que ainda precisam ser aprovadas pelo Senado para virar lei, o que está previsto para a próxima quarta-feira. Detalhes na Agência Brasil, que faz breve histórico da evolução do mínimo, desde a sua criação, em 1936. O Correio do Brasil traz os bastidores da votação da matéria.

Na verdade, embora tenha mais do que duplicado seu valor nos últimos oito anos – de R$ 240 em 2003, para os R$ 533,96 atuais, o piso salarial do país foi, sucessivamente, degradado em seus 74 anos de existência.

A recuperação, de fato gradativa, teve início no governo Lula, quando os reajustes passaram a ganhar da inflação. Entretanto, para manter o poder de compra que tinha quando foi criado, o salário mínimo hoje deveria ser de R$ 2.227,53. O cálculo é do Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos, que assessora os sindicatos.

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Do ponto de vista político, o resultado da Câmara dos Deputados botou abaixo a demagogia da oposição e desarmou o circo – tão ao gosto da mídia nativa – que se repete, sempre, a cada início de ano.

A propósito, em seu blogue, Ricardo Kotcho faz excelente reflexão sobre o assunto. Ele aplaude a pá de cal nas manobras oportunistas, mas sugere que o governo encaminhe ao Congresso projeto que fixe regras, também, para o reajuste dos salários dos digníssimos parlamentares. Vale à pena ler.

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