Violência contra mulher cai, mas ainda é alta e enraizada

por Sulamita Esteliam

Devo desculpas, uma vez mais: ontem me foi impossível atualizar o blogue; estive envolta em mil e um atividades, para além do rame-rame da dupla, tripla jornada profissional-familiar que faz o cotidiano da mulher. Tarde da noite, bem que tentei, mas o cérebro estava cozido, o corpo moído e o raciocínio embotado.

Acho que estou ficando velha.

Hoje o dia recomeçou puxado, e só agora pude chegar aqui. Para facilitar a minha vida, e cumprir com a obrigação de bem-informar, aí vai uma dica para quem se preocupa com violência doméstica e violência contra a mulher. A notícia me chegou, também, pelo boletim semanal da Agência Patrícia Galvão.

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As campanhas educativas são essenciais no processo de redução da violência doméstica e de gênero

A Fundação Perseu Abramo, iniciou esta semana a divulgação da pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado, realizada em 2010, por seu Núcleo de Opinião Pública, e em parceria com o Sesc. A violência doméstica e de gênero é um dos eixos pesquisados. Aqui, informações detalhadas sobre o levantamento global.

Pela primeira vez, os homens também foram ouvidos e as conclusões não deixam dúvidas sobre o quanto a violência sexista está arraigada em nossa sociedade: dos 1.881 entrevistados maiores de 15 anos, 8% admitem já ter agredido a companheira. Dados complementares levam a supor, entretanto, que esse índice seja bem maior: um em cada quatro afirmam ter um parente que faz o mesmo e 48% têm um amigo ou conhecido que com este triste, e inadmissível, hábito.

Há boas notícias: 91% dos homens consultados dizem que bater em mulher é errado;  seis em cada sete mulheres (84%) e homens (85%) já ouviram falar da Lei Maria da Penha e quatro em cada cinco, têm uma percepção positiva da mesma, o que significa 78% e 80% respectivamente. Foram ouvidas 2.365 mulheres.

Tais informações talvez expliquem a sensível redução da incidência de violência contra a mulher detectada pela pesquisa, em relação à de 2001: a cada 24 segundos, uma mulher é espancada no Brasil – há nove anos era uma a cada 15 segundos. A projeção é feita pela FPA. Leva a que o número de mulheres vítimas de violência doméstica caiu de oito para cinco a cada dois minutos.

Se fosse uma, já seria muito.

3 comentários

  1. Foi uma grata surpresa achar a Sula pelo facebook. agora eu estou seguindo o blog de alguém que acredito, gosto e conheço. Alguém que um dia mesmo sem me conhecer, me recebeu muito bem e ajudou. Parabéns pelo seu blog. Assuntos relevantes. Quero te dizer que sou contra a violência contra a mulher, seja lá em que nível for. Quanto ao Assange, também o apoio.

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