De catástrofres, energias e umbigos

por Sulamita Esteliam
Ilustração capturada no Blog da Cidadania

Não entendo nada de geologia, muito menos de física nuclear. Mas a comoção causada pela tripla catástrofe no Japão, a partir do terremoto do último dia 11, seguido de tsunami, parece ganhar direção de mão única: o medo das conseqüências de um – não do já considerado maior da história, desde Chernobil, em 1986 – acidente nuclear, possível ou imaginário, até onde ele pode nos alcançar.

Em miúdos: o umbigo fala mais alto do que a preocupação e a solidariedade para com o bravo povo japonês, que chora seus milhares de mortos e desaparecidos. Eles perderam seus lares, estão expostos ao frio – pois lá é inverno e sem energia não há aquecimento -; à fome e à sede, pois o desabastecimento já é realidade.

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Claro que acidente em Fukushima, em escala 4,7, segundo as autoridades japonesas, é grave. Natural que suscite o debate em torno da energia nuclear e alternativas mais limpas. A solar e a eólica poderiam ser melhor aproveitadas no Nordeste, por exemplo. Não sei se seria suficiente para coibir a instalação de usinas nucleares por aqui – Pernambuco é um dos destinos possíveis de uma das três planejadas pelo governo até 2030. E o Brasil, que tem Angra I e II, que fornece 3,5% da energia consumida no país, e constrói Angra III. Aqui,  aqui e aqui.

O problema é o alarmismo e a desinformação passados como verdades absolutas. E o oportunismo político que isso suscita.

Todo mundo, de repente, vira “especialista”.

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Leia matéria postada no Vi o Mundo.

O editorial do Vermelho está bastante sensato.

Leia, também, China propõe ação conjunta internacional em casos de catástrofes

Gostei muito do texto do Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, de onde capturei a ilustração acima: Para onde irão os japoneses?

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