Mãe é mãe

por Sulamita Esteliam


Mãe é mãe.

É mulher que pari e cria.

É mulher que não pari e cria.

Se pariu, que crie.

No limite, doe.

Senão, mãe não é.

Mãe é o útero da humanidade.

Em sentido horário, o quarteto guerreiro que jamais negou o DNA da Mãe Ceição que as pariu, criou e inspirou: minhas tias Tina, Vitalina, Maria da Glória e minha mãe Dirce - exemplos para, pelo menos, três gerações. A foto, desta escriba, é de novembro de 1997 - almoço comemorativo do casamento de minha irmã caçula, Zeíca, em casa da também guerreira Odete, mãe do noivo

Através de minha mãe e suas três irmãs – que juntas pariram e criaram 28 filhos, apesar de todas as dificuldades – homenageio todas as mães. Meu abraço caloroso e carinhoso a todas as mulheres para quem gerar, parir e cuidar, faz diferença. Embora a escolha seja direito sagrado.

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Se me permitem, abro meu coração transbordante de saudades da Dona Dirce que me pariu, me criou para o mundo, e que é estrela há quase 11 anos:

Mamãe e eu, no pré-lançamento do meu livro Estação Ferrugem, na escola em que fiz o antigo primário, no Bairro das Indústrias, região operária de Beagá - outubro/1998

Nossas vidas

Minha mãe e eu fomos companheiras de estrada
– até onde nossos caminhos se encontravam.
Fomos irmãs.
Fomos amigas.
Mãe e filha, também.
Cúmplices, quase sempre.
Adversárias – quando nos sentíamos
donas da razão.

No mais das vezes,
sempre nos demos as mãos.
Fomos esteio e telhado,
prego e martelo,
fonte e referência,
corda e caçamba,
tampa e balaio.

O que eu faço com a saudade
que  eu sinto de você, mãe…?

(Junho/ 2002)

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