por Sulamita Esteliam

Duas boas notícias no mundo da comunicação para fechar a semana útil. A primeira: hoje é o dia D para as emissoras com sinal aberto que passam a ser obrigadas a transmitir, pelo menos, duas horas semanais de sua programação com audiodescrição – narração feita por especialistas que permite a portadores de alguma deficiência visual ou intelectual acompanhar o que se passa na tela da TV. A medida alcança as emissoras licenciadas para operar com sistema digital.
A obrigatoriedade é estabelecida por portaria do Ministério das Comunicações, que data de 2006. O prazo para que as emissoras geradoras ou cabeças de rede se adaptassem já foi prorrogado duas vezes. Agora, o governo garante que não haverá novo adiamento. Até 2020, geradoras e retransmissoras terão que exibir 20 horas semanais de programas adaptados, prevê a norma.
A narração detalha o que se passa na tela através de canal de áudio secundário, por meio da função SAP. É um passo. Por enquanto, a medida não alcança toda a população-alvo, já que nem todas as cidades brasileiras dispõem de emissoras com sinal digital. Isso só vai ocorrer a partir de 2016, data-limite para a migração.
Isso se o governo conseguir reduzir, na hipótese, em quatro anos o prazo do cronograma de implantação da autodescrição. A ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, não fala em tempo, mas acredita ser possível encurtar o prazo. Confia “na capacidade do Brasil de responder bem às causas da inclusão.” A conferir.
O outro lado da notícia fala direto aos profissionais da comunicação: abre-se mais um campo de trabalho. Entretanto, requer mão de obra especializada. A UNB -Universidade de Brasília, inclusive, abre curso de extensão no próximo semestre.
A informação é da Agência Brasil. Saiba mais aqui, aqui, aqui e aqui.
*************************************
Anunciei duas boas notícias. A segunda fala diretamente do sagrado direito de zapear. E o controle remoto tem-se mostrado pernicioso para a senhora Vênus Platinada. Em junho, a emissora dos Marinho amargou o pior índice no mês desde que a audiência começou a ser medida, em 1970: 17 pontos no Ibope, queda de 8% junho 2010/2011.
Registre-se, porém, que a Plim-Plim foi a única rede aberta a evoluir, positivamente, 0,4 pontos de maio a junho. Todavia, na história da emissora, tal refluxo de audiência só é comparável a junho de 2008, o pior de todos, com média de 17,1 pontos.
E estamos falando da dita faixa comercial, das sete da manhã à meia-noite. Cada ponto equivale a cerca de 58 mil telespectadores na Grande São Paulo. Leia detalhes no portal Vermelho.
Para quem “vende audiência, não desconto” – copyright contato comercial da emissora em Pernambuco a esta reles blogueira, então assessora de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, há coisa de dois anos, esta identificado o problema. Tudo indica, a emergente classe C anda provocando estragos na caixa-registradora global.
Tanto, que a casa está promovendo mudanças na programação para atender a esses novos consumidores ascendentes, que “têm um jeito próprio de ser” e “querem se ver retratados” na telinha.
A informação acima eu capturei em artigo do professor e pesquisador Venício Lima, reproduzido em Carta Maior. Vale cada palavra.