por Sulamita Esteliam

Hoje é Dia das Bruxas, do Saci, é aniversário da minha primeira sogra, dona Nilza – com quem me dou muito bem, obrigada -, do ex-prefeito do Recife, deputado João Paulo Lins e Silva .e do Poeta Maior do Brasil . É Dia D Drummond.Dia D, celebrado com vasta programação, no Rio de Janeiro, por iniciativa do Instituto Moreira Sales. Festividades, aliás, que correm desde o início de outubro – clique para conhecer o sítio do evento, e até gravar em vídeo seu poema predileto.
Curioso é que, estando nas Gerais, quem me lembra das comemorações do meu poeta do coração é o pernambucano Aguusto Semente, do Movimento em Defedsa da Mata Uchôa, via correio eletrônico. Obrigada, amigo velho.
Entonces, como hoje é segunda, posto o vídeo produzido pelo IMS quando do lançamento do Dia D Drummond.Dia D. Trata-se da leitura do poema No Meio do Caminho em diferentes idiomas, inclusive em Tupi:
E, agora, eis os versos de um dos meus poemas favoritos, que busquei no sítio Memória Viva – e ouça-os na voz, mansa, do Poeta:
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
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Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
