por Sulamita Esteliam
Transcrevo, abaixo, texto da Carta Aberta ao Governo de Pernambuco, construído pelas mulheres de Água Preta, município da Mata Sul do estado, após a Vigília pelo Fim da Violência contra a Mulher no município. Atividade do 25 de novembro, Dia Internacional pela causa. Junto charge do ativista Latuff, capturada via Twitter.
A carta chegou-me pelo correio eletrônico, via grupo de discussão Rede Mulher e Mídia. Foi enviado pela educadora social Magal Silva, produtora e apresentadora da Rádio Mulher, e que integra a Associação de Mulheres de Água Preta e a Articulação de Mulheres da Mata Sul.
Continuo devendo o texto dos documentos referidos, aqui neste blogue, em postagem anterior sobre a abertura dos #16diasdeativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Ainda não os recebi do Fórum de Mulheres de Pernambuco, conforme prometido.
PELO DIREITO À UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA
CARTA ABERTA AO GOVERNO O ESTADO
Neste dia 25 de novembro, Dia Latino Americano contra a Violência às Mulheres, nós, movimentos e organizações de mulheres de Pernambuco ocupamos as ruas de Água Preta para dizer um basta à violência.
Nas primeiras semanas deste mês crimes bárbaros aconteceram nesta cidade, envolvendo homens, mulheres, entre elas mulheres idosas, inclusive com prática de tortura.
Ao mesmo tempo, novamente as mulheres voltaram a se mobilizar contra casos de violência doméstica e familiar.
Em Água Preta a administraçao pública afirma não ter condições de enfrentar os problemas de criminalidade crescente no município. A cada dia novos pontos de tráfico são instalados.Os homicídios e agressões crescem.
Esta situação tem gerado insegurança e medo às mulheres dos movimentos sociais que são ameaçadas cada vez que protestam ou denunciam os casos.
A violência contudo não é exclusiva de Água Preta, a situação é grave em toda a região. A população da zona da mata sul desde muitos anos convive com violência, dos antigos senhores de engenho aos traficantes de drogas e ladrões de cargas nos dias de hoje, mas a situação está ficando insuportável.
As mulheres, neste contexto, enfrentam a violência doméstica e também a violência nas ruas.
Contudo a impunidade contínua grande.
Reivindicamos:
Melhoria da política de segurança em Água Preta: aumento de viaturas, aumento no contigente de policiais civil e militar, ronda semanal da ROCAM ou GAT.
Implantação de uma delegacia regional de atendimento às mulheres vítimas de violência na mata sul e instalação de centro de referência para atendimento e orientação às muheres agredidas.
Resposta a estas demandas na audiência pública do dia 6 de dezembro de 2011, na Câmara de Vereadores de Água Preta.
AMAP – Associação das Mulheres de Água Preta e Grupo de Mulheres Vitória de Serro Azul;Centro de Mulheres de Joanquim Nabuco; Centro das Mulheres de Catende;Grupo Mulher-Ação de Escada; CEAS Rural – Palmares
AMMS – Articulação de Mulheres da Mata Sul e FMPE – Fórum de Mulheres de Pernambuco