Cidadela JK, ou quando a saudade bate no peito

por Sulamita Esteliam
Edifício JK, soberbo, entrevisto nas folhas do flamboyant de outono - Ronaldo Almeida

Mal abro o meu correio eletrônico esta manhã e me deparo com a saudade, “saída do forno”, estampada na mensagem do amigo mineiro, Ronaldo Almeida, fotógrafo dos melhores.  Posto ao lado, com a devida permissão do autor, companheiro das lides jornalísticas dos tempos de Beagá.

Escolhi uma das três que Ronaldo enviou: a torre principal do Edifício JK, emoldurada pelas folhas de outono do flamboyant, que na primavera torna encantada a Praça Raul Soares. É ela a confluência dos bairros de Santo Agostinho e Barro Preto, portal de entrada para quem vem da Zona Oeste – a região em cuja periferia fui semeada e cresci -, para o Centro de Belo Horizonte.

Ah, a Praça Raul Soares, de tantas histórias…  pessoais, inclusive. Dias desses conto algumas. Hoje, a foto e o Edifício JK são protagonistas. Obrigada, Ronaldo.

O JK, na verdade, é um conjunto que reúne cerca de 1000 apartamentos e 5 mil pessoas em dois prédios opostos e complementares, um vertical e outro horizontal, no projeto original, interligados por uma passarela. A Cidade Vertical, é obra uma das muitas obras de Oscar Niemeyer na capital mineira. Iniciada nos anos 50, durante o governo JK, só concluída duas décadas depois.

Ocupa duas quadras quadra inteira, por todos os lados, e foi concebido para abrigar, também, um centro de cultura e lazer.

Ainda hoje, o edifício é um dos mais altos da cidade e um dos maiores do país. Alvo de preconceitos e má fama, em tempos idos, foi reabilitado em tempos recentes, o que é formidável.

Minha tia Ercília, alma poética, onde estiver, deve estar feliz com a recondução do espaço ao lugar que lhe cabe. Foi a torre alta do JK, salvo engano, sua última moradia em Beagá, antes de migrar-se para São Paulo e, de lá, para as estrelas.

Saiba um pouco mais da história aquiaqui e aqui.

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Atualizada às 12:29.

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