por Sulamita Esteliam
A quarta-feira, 16 de maio de 2012, passa a História como dia simbólico para a memória política do país: o dia em que a presidenta da República, Dilma Vana Roussef , ex- guerrilheira, presa política e torturada, instalou a Comissão da Verdade – para apurar os desmandos da longa noite da mais recente (1964-1988) de ditaduras anteriores no país, desde 1946. “Sem ódio”, como fez questão de frisar no discurso durante a solenidade no Palácio do Planalto”.
Mas com transparência e determinação, essenciais à democracia – “a desinformação não ajuda a pacificar”. Palavra da presidenta, sem disfarçar a emoção, no Blog do Planalto:
“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia. É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la.”
Eis o vídeo do discurso:
Sete pessoas compõem a Comissão da Verdade, que tem prazo de dois anos para trabalhar – tarefa hercúlea: José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça; Rosa Maria Cardoso da Cunha, advogada; Cláudio Fonteles, ex-procurador-geral da República; Paulo Sérgio Pinheiro, diplomata; Maria Rita Kehl, psicanalista e José Cavalcante Filho, jurista.
Aqui, a fala de membros da Comissão da Verdade:
A propósito, recomendo a leitura do que Nilmário Miranda registra em seu blogue, em três tópicos: sobre a presença de FHC na cerimônia, sobre a ausência de Aécio Neves, sobre a contribuição que cada presidente da República, de José Sarney a Lula – ambos presentes à cerimônia -, deram para o resgate deste período de triste memória e necessário conhecimento. Outra anotação interessante diz respeito à postura da mídia neste momento importante.
Para não esquecer. Para conhecer. Para não deixar acontecer, de novo.
Um comentário