A ‘Madrinha’ é para sempre

por Sulamita Esteliam

Não poderia deixar de postar, aqui, minha homenagens a Hebe Camargo, que continua estrela, agora em outro plano, desde sábado, 29. Estava na praia quando minha caçula me ligou para dar a notícia, chocada – os jovens sempre se chocam com a morte. Hebe é uma fenômeno da comunicação, desde quando me entendo por gente. Certamente deixa saudades, e lições.

O fenômeno Hebe é incontestável, em sua espontaneidade, carisma e longevidade no vídeo – ela e seu indefectivel sofá e entrevistas estrearam na Record em 06 de abril de 1966 – aqui; foram sucesso no SBT, e mais recentemente, na Rede TV. Ideologias à parte – ou não.

Aliás, é parte do estudo das artes da comunicação. O livro A Noite da Madrinha, de Sergio Miceli, Editora Perspectiva, 1972 integrou o meu currículo no curso de Comunicação/Jornalismo, nos tempos da Fafich/UFMG. Trata-se estudo pioneiro na área da sociologia da comunicação de massa, segue atual e merece ser visitado não só para quem é do ramo. A Madrinha, claro, é Hebe Camargo. Ainda o tenho na estante, e o revisito de vez por outra.

A propósito, muito bem lembrado, e recomendado, pela colega Inês Amarante, na Rede Mulher e Mídia, hoje.

Todavia, meu primeiro “contato” foi com a Hebe cantora, memória viva da infância. Lembro-me do encantamento de vê-la cantar Porta Estandarte, de Geraldo Vandré, em dueto com Aguinaldo Rayol. Era meados dos anos 60, e a TV Tio exibia um programa chamado Rio Hit Parade, que desfilava os sucessos musicais da época.

Procurei, mas não encontrei o vídeo no Youtube, pena. Mas aqui vai a letra, que jamais esqueci e que, para mim, sempre teve a cara da Hebe:

Olha que a vida é tão linda/ e se perde em tristezas assim/Desce o seu rancho cantando essa sua esperança sem fim /Deixa que a sua certeza se faça do povo a canção/pra que seu povo cantando o seu canto/ ele não seja em vão…

Eu vou levando a minha vida, assim/cantando, e canto sim/e não cantava se não fosse assim/levando, pra quem me ouvir/certezas e esperanças pra trocar/por dores e tristezas, que bem sei/um dia ainda vão findar/um dia que vem vindo e que eu vivo pra cantar/na avenida girando/ estandarte na mão pra anunciar…

Que vida, tão linda/Perdida, tão linda…

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Para quem não conhece essa faceta da Madrinha, vai aí um vídeo que localizei no Youtube, através do blogue do Nassif. Ela canta Menino Passarinho, de Luiz Vieira, outro monstro sagrado da MPB. Tem muito mais por lá.

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Revista e atualizada às 17:46.

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