por Sulamita Esteliam

Sim, talvez tenha sido demasiado dramática ao celebrar a classificação do Galo para a final da Libertadores nas redes sociais. Quem assim interpreta, não tem noção do que foi pegar no sono esta madrugada, tamanha a carga de adrenalina.
Sim, meu amigo poeta Carlos Barroso, mineiro e alvinegro, compreende. Tanto, que quis serenar-me com seus versos solidários, voejantes.
Sim, conseguimos, e lá chegaremos.
Galosia
o poeta
tem de assumir
o espetáculo
subir no oráculo
lírico feito uma finta
do Garrincha
defender a meta
da massa
com uma bermuda
prateada
se tiver uma camisa
preta e branca no varal
torcer até contra vendaval
rumo ao gol
três segundos antes do
(João)
zagueiro
colocar a poesia
em um helicóptero
colibri-la
parar com ela no ar
poesia é facínora
que assalta na hora
da beleza
não dá feito
chuchu
na seca
mas dribla e atazana
a torcida
que canta:
“Parabéns pra você
pra mim”
Carlos Barroso (1980)
Um comentário