Abraço na Aurora., Recife-PE - SEsteliam

Então, é Natal, e o ano abre passagem!

por Sulamita Esteliam

(áudio ao pé da postagem)

Por que é Natal, e ninguém se lembrou do quase eclipse da Smone. O que não nos livra do fim nem do recomeço. E que bom que podemos recomeçar…

Também sou poeta e, portanto, estou entre quem acredita que sempre cabe verso onde a verdade desalcança.

Então, vamos de poesia e vídeo próprio, transcrita na sequência, enquanto há clima para celebrar. Afinal, todos os dias são dias de Natal, mesmo que alguns insistam em negar.

Tomara que seu Natal tenha sido harmônico e feliz. O meu foi bem movimentado: na cozinha, para variar, e na sala para me integrar.

Minhas caçulas vieram ter comigo. Minha segunda, que mora quase ali, compareceu com os filhos, as quase-noras, a filhota ainda pequena – e a energia pipocante que dá o tom da festa, como num frevo de rua.

Amigos se juntaram. O marido foi para a terrinha passar a semana com as filhas dele, visitar a família. Democracia familiar é prática por aqui.

E assim a vida segue, na toada da circunstância. Vivamos.

Reservei um tempo para dizer olá, agradecer a você pela presença e estímulo ao longo do ano. E dizer que nos mantemos por aqui, com infrequência, mas ainda…

Quase lá, poema do recomeço

É preciso dar adeus a 2025, com tudo, noves fora nada.
Como se lida com um ano assim?

O que é bom não vigora.
O que é ruim é que se arvora
em fingido bem.

Quem acredita não alcança
se a cada dia se amiúda a esperança
de dar adeus à terra de ninguém.

Ah, meu Brasil brasileiro, o que não se faz por dinheiro!?

A gente quase chega lá: vencemos a peste, a fome,
a esbórnia, o deboche, o sobrenome;
enquadramos o escárnio,
o quepe, a cachorra, a gentalha, o escracho.

Deixamos de ser capacho.

Mas a cambada ainda solta, resiste e insiste
em cobrir de lama o panteão da Esplanada.

Que mistérios tem Clarice,
perdida no labirinto da mesmice
do quase nunca se encontrar?

Digo que é preciso muito amor
para vencer o olor
da perdição.

É preciso muito ardor
para cumprir
cada qual sua função:
de manter acesa a fé, a memória,
o espírito solidário, o horizonte,
o caminho da construção.

Vamos de mãos dadas, nos ensina o poeta.

De minha parte, digo obrigada
por fazer parte da minha jornada,
pessoal e coletiva.

A gente sempre pode mais
quando se junta.

Que seu Natal seja de harmonia e alegria.
E que venha 2026,
com tudo que temos direito!

Estamos a postos para recomeçar.

Até…!

(Sulamita Esteliam, Natal de 2025)

 

Fotos: Sesteliam e Guiherme Cauã

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