Combate à desinformação: tarefa que une governo e quem se importa em ajudar

por Sulamita Esteliam

Forçoso é manter em pauta a calamidade que virou de ponta cabeça o Rio Grande do  Sul. Até porque, a mentira e a desfaçatez campeiam, insensíveis ao grau de sofrimento das vítimas e dos esforços governamentais para reconstruir o que foi destruído pela enchente  –  e pela imprevidência dos governos locais e regional, é bom que se repita.

Não obstante, espalhar notícia falsa da catástrofe que trastorna a vida de milhões de pessoas é o cúmulo da crueldade. Nos leva a questionar a qualidade do ser que se pretende humano.

Neste capítulo, o governo federal adota medidas que visam conter e punir a onda de mentiras digitais:

1) há alguns dias, o Ministério da Justiça determinou à Polícia Federal a investigação de perfis que espalham mentiras, sistematicamente, sobre as enchentes;

2) esta semana, a AGU – Advocacia Geral da União, firmou acordo com as plataformas digitais para combater as mentiras, conforme perfil da EBC – Empresa Brasileira de Notícias no Instagram:

Não é tarefa fácil, pois infelizmente espalhar mentiras pelas redes tornou-se pandêmico. Muito pior quando se trata de pessoas eleitas para representar o povo que sofre os transtornos do desastre, e não faltam casos.

Quem se dá ao trabalho, por gosto ou obrigação, de acompanhar as comissões no Congresso, sabe bem o nível de certos parlamentares da extrema direita, que confundem plenário e bancada com picadeiro.

E todas as autoridades sabem de onde e de quem parte a disseminação da boataria nebulosa. Há endereço, nome e sobrenome, com direito a puleiro.

Além do que, ao que se sabe, boa parte, senão a maioria, dos deputados e senadores eleitos pelo povo gaúcho inclusive, se empenha em discutir e votar projetos que só agravam a crise ambiental que está na origem da catástrofe que se abate sobre o estado.

Quem se importa com a qualidade da informação deve buscar fontes oficiais de notícias.

O governo federal lançou o portal Unidos pelo Rio Grande do Sul: gov.br/unidospelors , que reúne em um só lugar todas as ações e recursos em socorro ao estado. Mantém, ainda, notícias atualizadas sobre o trabalho das equipes junto às famílias e na recuperação da infraestrutura.

Acessível pelo celular ou computador:

Outra fonte segura é a Agência Brasil, da rede pública EBC.

Aliás, está no ar um projeto de combate à desinformação e checagem de notícias sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. O objetivo é verificar as informações compartilhadas nas redes sociais e se contrapor às mentiras e desvirtuamentos.  Acesse e compartilhe.

Enquanto isso, em Porto Alegre, que começava a celebrar a baixa do nível do Guaíba por alguns dias, permitindo às pessoas retomarem minimamente a rotina de trabalho, escola… e até iniciar o preparo da volta para casa, as que ficaram de pé, ainda tomada pela lama… 

Infelizmente, o alerta da Metereologia se confirma, e o retorno de fortes chuvas sobre o estado, esta semana mostra que o flagelo está longe de acabar. 

Algumas cidades voltam a ficar alagadas. Na capital, menos de uma semana após a trégua, o temporal deixou o Centro-Sul da cidade sob águas, novamente.

Constata-se que a demora em escoar as águas do alagamento é fruto não apenas do volume da cheia, mas da negligência. O desleixo, por exemplo, na manutenção das comportas que deveriam permitir o vazamento do acúmulo de água na capital é patente.

A maioria não funciona. O prefeito nega, mas os fatos o contradizem.

Não há como reconstruir no rítmo do destruição. Com todo esforço, a mitigação, a despeito do empenho, assemelha-se à imagem do cachorro correndo atrás do próprio rabo.

Por outro lado, as medidas de socorro financeiro à população atingida nos municípios afetados e com decreto de calamidade ou emergência pública começam a tomar forma esta semana.

Exemplo é a abertura do cadastramento para receber o Auxílio Reconstrução de R$ 5.100, objeto da medida provisória assinada pelo presidente Lula.

O cadastro é feito pela prefeitura de cada município e precisa ser confirmado pela pessoa titular de cada família afetada no site lançado pelo governo federal, a partir de 27 de maio; se houver erro no cadastramento, deve recorrer à prefeitura, a quem cabe corrigir. 

A Caixa Econômica é responsável pelo pagamento. Se a pessoa responsável tiver conta poupança ou corrente, o crédito é automático.  Caso não tenha conta, o banco abre.

O último balanço da Defesa Civil na manhã desta quinta, 23 conta 163 mortes em consequência das enchentes e dos deslizamentos provocados pelas fortes chuvas. Há 72 pessoas desaparecidas e 806 feridos.

São 2.342.460 pessoas atingidas em 468 municípios do estado, cerca de 94% das 497 cidades gaúchas. Há mais de 647 mil ainda fora de suas casas. Parte desse total, 65.762, está em abrigos. A maioria, 581.643, está hospedada em casas de familiares ou amigos.

 

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