por Sulamita Esteliam

Não vi televisão ontem. Quase nunca vejo TV. Ninguém merece a programação de fim de semana das TVs abertas, e tenho mais o que fazer com o meu suado dinheirinho do que pagar assinatura de TV a cabo. Escapei de ser brindada com a imagem de um repórter cinematográfico filmando a própria morte. O vídeo, escabroso, foi exibido pela TV Bandeirantes e está no sítio da emissora na rede, como se troféu fosse. Haja!
Gelson Domingos da Silva, 46 anos, 20 de profissão, pai de três filhos e avô de dois netos, estava a serviço da Band – trabalhava também para a TV Brasil. Acaba de ser enterrado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.
Foi morto com um tiro de fuzil no peito, domingo, quando cobria incursão do Bope – Batalhão de Operações Especiais na favela Antares, Zona Oeste da cidade. É mais um que se vai em nome da notícia.
Não são ossos do ofício, como muitos podem pensar. É falta de condições de trabalho, mesmo. Absoluto descaso para com a vida das pessoas que fazem do trabalho uma missão, e garantem o faturamento do veículo, seja de que natureza for.
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A informação me chega via lista do Encontro Nacional de Blogueiros, enviada pelo colega Rogério Tomaz Jr, do Conexão Brasília-Maranhão.
Aqui e aqui as notas divulgadas, respectivamente, pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e pela Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas.
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Relatório anual da Fenaj mostra que jornalista é profissão de alto risco, sim,também no Brasil. Em 2010 foram registrados 40 casos de violência contra trabalhadores, que vão de agressões verbais e físicas até tortura e morte. O Nordeste detém 44% dos relatos, e o Ceará lidera a lista com oito denúncias.
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