Leopoldino com Maria, sabor de casa e carinho

por Sulamita Esteliam
Sabores harmonizados, modéstia à parte

Deixei de ir à praia, hoje, para fazer um almocinho maneiro para mim e minha caçula – que trabalhou ontem, até as 22h, trabalha hoje e amanhã até a mesma hora. “Ação” no Fito Recife – Festival de Teatro de Objetos – aqui, no blogue. Também trabalhei: aproveitei que estava na cozinha para, almoço pronto, “tirar os macucos”, como diria minha Vó Ceição.

Adoro cozinhar. Faxina desestressa. Ademais, o mar e a praia não vão sair de lá, pelo menos num tempo que me peguem viva.

Ainda não terminei o rame-rame. Dei uma pausa para degustar e, depois de rápida sesta, compartilhar o prato do dia com vocês: arroz de beterraba com aipo, purê de jerimum de leite (sem leite de coco) e salada verde (alface americana, francesa rasgadas com mostarda em folha picadinha, tomate “de vez” (nem maduro nem verde) e maçã, devidamente regados com azeite extra-virgem, para acompanhar coxa de peru assada no molho de laranja com cachaça e pimenta calabreza. Cervejinha básica, para regar.

Garanto que ficou bom D+…

Bárbara passou ao largo do purê de abóbora. Disse que ficaria “ainda mais perfeito” com batatas coradas. E olha que ela choca uma dieta… Digo que mantenho o quarteto, mas da próxima agregarei, ao arroz, castanha de caju triturada,e à salada, gotinhas de limão que hoje não tinha na geladeira. Aí, sim, ficará perfeito.

Dei nome ao conjunto da criação: Leopoldino com Maria. Homenagem a quem me nomeou, tio Dino, e quem me crismou e me ensinou – dentre outros acepipes – o único bolo de chocolate que eu ouso comer, madrinha Maria Carvalho. Os dois já são estrelas, faz tempo… Fariam aniversário nesta segunda, 13.

Muita luz para eles e para todos nós.

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Omiti algo importante, razão do batismo do prato: Tio Dino me persuadiu a experimentar beterraba, que eu não gostava, sem jamais ter provado. Foi no almoço do meu aniversário de 10 anos, que completei em casa de minha vó e dele – solteiro que se manteve -, em Osasco/SP.

À mesa, valeu-se do poder de persuasão de uma cinta, discretamente desafivelada sem deixar as presilhas da calça. Juntou um sorriso e uma inocente pergunta diante da negativa da pirralha em comer salada russa, preparada com esmero pela avó-mãe: “Por que não, muchacha?”

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Atualizada em 15.11.2011

4 comentários

  1. Viajei na sua receita, e fantasiei a minha:
    (isso não é um risoto, certo?)
    INGREDIENTES:
    2 xícaras de arroz comum
    1/2 beterraba ralada
    1/2 maço de aipo (salsão) super bem picado
    1 cebola picada
    2 dentes de alho esmagados
    1 colher de chá de pimenta do reino socada na hora, no pilão
    3 pimentas biquinho bem picadinhas
    sal a gosto
    2 colheres de manteiga sem sal
    1/2 copo de vinho branco seco
    azeite extra virgem o quanto baste
    1/2 litro de caldo de legumes ou de frango, caseiros, ou de cubinhos/sachês…em fervura.
    1/2 xícara de folhas soltas de hortelã fresca
    PREPARO:
    Pique, rale, esprema, processe todos os ingredientes, e os coloque em potinhos separados.
    Coloque metade da manteiga com azeite e refogue a cebola, depois o alho, e coloque sal.
    Refogue na mistura o arroz, despeje o vinho branco e deixe evaporar o álcool.
    Coloque a beterraba e o aipo (salsão) e refogue bem até incorporar todos os ingredientes.
    Despeje parte do caldo escolhido, em ponto de fervura, e deixe cozinhar tudo em fogo baixo.
    Espalhe as pimentas do reino e biquinho, e complete com mais caldo se necessário.
    Estando o arroz já cozido e quase secando, complete com o resto da manteiga e dê uma
    leve mexida para incorporar. Esperimente o sal, e faça as correções se necessárias.
    Espere secar, e coloque as folhas de hortelã, deixando tudo abafado por uns 3 minutos, antes de servir. O ideal é que fique soltinho, pois não é risoto…

    Como é a sua?

    1. kkkk… Não não é um risoto. Vc sofisticou, e deve, sim, ficar muito bom. O meu arroz é mais simples. 2 xícaras de arroz pré-cozido no modo tradicional, 1/2 beterraba média, ralada na parte fina do ralo, 1 cebola pequena bem picadinha, 1/3 de um maço de aipo (salsão), 1 colher de chá de alho socado com sal, 2 colheres de azeite de oliva em lata. PREPARO: aqueça o azeite, junte o alho e a cebola, deixe dourar; refogue a beterraba, rapidamente, junte o arroz e pingue um pouco de água; deixe secar um pouco e junte o aipo picado sem os talos mais grossos; complete o cozimento. Acerte o sal, se achar necessário. Regue com azeite extra-virgem e sirva com uma carne mais puxada no tempero. No caso, ficou perfeita com a carne acre da coxa de peru assada ao molho de laranja com cachaça, ervas finas e pimenta calabreza. Não usei da primeira vez, mas hoje juntei a castanha de caju triturada à sobra (a morena, assada com manteiga e sal), para testar a ideia. Ficou muito bom, como imaginei. Abs.

  2. Gostaria de não apenas te conhecer, como já conheço, te admirar, como admiro e gostar de te, como já gosto, mas, também de ser teu vizinho e poder ser sempre convidado para saborear tua culinária.
    Um cheiro cheiroso como teu pão de queijo.
    Ivanildo

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