por Sulamita Esteliam
Quando o STF – Supremo Tribunal Federal iniciar o julgamento sobre a constitucionalidade do aborto de anencéfalos, nesta quarta, 11 de abril, Severina, o marido Rosivaldo e o filho Walmir, de 12 anos, estarão sentados na primeira fila. Deixam o Sítio dos Macacos, em Chã Grande, Mata Norte de Pernambuco para assistir à Corte Suprema decidir sobre o destino de mulheres iguais à ela, grávidas de filhos natimortos e obrigadas, por conta de decisões, indecisões e prorrogações injustificáveis, à tortura da dor sem remédio e sem recompensa.
Há oito anos Severina espera por uma decisão. Quer assistir ao fim do calvário de mulheres que, como ela, teimam e acabam conseguindo, ou não, submeter-se à intervenção terapêutica do parto.
Era outubro de 2004, ela estava internada num hospital público do Recife para submeter-se à cirurgia para retirar o filho que gestara sem cérebro, e sem chances de sobreviver. A medida, autorizada pelo STF em julho do mesmo ano, foi caçada pelo próprio tribunal, naquela tarde. O suplício retomava seu caminho, mas esbarrou na determinação da agricultora pernambucana.
É o que nos conta artigo da professora Débora Diniz, da UnB – Universidade de Brasília, pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. Foi publicado pelo Estadão, e reproduzido pela Agência Patrícia Galvão, que traz mais informações e repercussões sobre o caso.
A história desta mulher, desta família, é igual a muitas histórias Brasil afora. Virou filme, com direção e roteiro de Débora Diniz e Eliane Brum: Uma História Severina, e que será apresentado na manhã desta terça, 10, na UnB, conforme imagem do convite que abre esta postagem. Posto o documentário, que está no Youtube, através do Vi o Mundo, e ao qual cheguei via Agência Patrícia Galvão e Rede Mulher e Mídia.
Prepare-se, são emoções severinas:
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