A cultura da umbigada e a inclusão

por Sulamita Esteliam

Já ouviu falar de Coco de Umbigada? Não…!? Pois então veja, ouça e curta, como se trata esta arte ancestral afro em Olinda, Pernambuco, Brasil. Lição de atitude, que projeta a herança cultural e cidadã para o futuro:

***************************

Coco tem de umbigada, de roda, de embolada… Faz-me lembrar minha avó Mãe Ceição, mineira de  pai e mãe, avós e bisavós. Ela gostava de contar para netas e netos histórias das festas na roça, dos reisados e batuques de umbigada. Fazia isto com performance de voz e corpo – uma contadora de histórias em sua melhor expressão, a minha avó. Não era negra, mas gostava da sambada, que, me parece, para ela soava desafios:

“Batuque é bom/é de madrugada/eu não tenho medo de cara fechada.

Batuque é bom/é de manhã cedo/de cara fechada não tenho medo”

Com essas lembranças enraizadas, quando cheguei ao Recife e fui apresentada ao coco, de roda, praieiro, tratei de aprender, e o fiz naquela noite. Dancei até o pé ficar inchado, literalmente. Minha avó deve ter se estatelado de rir, lá onde quer que estivesse ou esteja. Isso faz quase 15 anos.

Na trilha da experiência olindense, fui buscar no Youtube algo sobre o batuque de umbigada. Encontrei apresentações no Mato Grosso e em São Paulo. De Minas não me deparei com música e dança, mas com esta carta-audiviovisual, de extrema delicadeza; loa à cultura ancestral – mineira, paulista, brasileira. Não me perdoaria se não compartilhasse com vocês.

Bom fim de semana, repleto de ócio.

Deixe uma resposta