por Sulamita Esteliam
Muito provavelmente, já será sábado quando eu concluir esta postagem. A sexta-feira correu meio que no vai da valsa. Em mineirês, quer dizer, ao sabor das ondas… que aliás, não temos, a não ser no borbulhar das cachoeiras e nas artimanhas do fazer diário, e dos arranjos de raposas felpudas… Tem dias que é assim: a gente amanhece com sabor de ontem, e deixa o presente trotar sem pressa para o futuro. A quem pertencerá, enfim…?
De toda forma, aqui venho para registro do segundo feito inédito, e merecida homenagem, deste Carnaval 2013 em Pernambuco: Veio Mangaba, personagem das tradições destas terras, é Kalunga/calunga – boneco gigante homenageado do desfile monumental do domingo de folia em Olinda; acompanhado dos repliques de suas pastoras faceiras. A arte imemorial de Sílvio Botelho traz para a posteridade das ruas a graça e a irreverência do Mangaba. Detalhe: em 39 anos de artimanhas, pela primeira vez o criador deixou que a criatura pintasse a feição do boneco – aqui.
A cara da Kalunga (boneca = elemento sagrado no candomblé) é do amigo Walmir Chagas, que incorpora a entidade – sim, entidade – há 23 anos pelas plagas pernambucanas. Multiartista, da melhor estirpe – ator, humorista, cantor, compositor, apresentador, garoto-propaganda, palhaço… Walmir esta vivo, assim como Naná Vasconcelos, o homenageado do Carnaval do Recife – aqui, no blogue.
E quem, depois disso, se arvora em dizer que Pernambuco não valoriza a prata da casa…!?
Pra variar, não pude estar presente no coquetel de lançamento no Samba de Preto Velho, no Alto da Sé, esta noite – a despeito da antecedência do convite. Sei que o Veio compreende as idiossincrasias de sua “pastora Sussu”*.
Com vocês, Veio Mangaba-Walmir-boneco, em processo – também aqui, a história, em postagem global -, no vídeo do Jornal do Commercio que descolei no YouTube:
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* O epíteto me foi atribuído por Ricardo Testão, fisioterapeuta e escritor imortal olindense, em 2010. Frequentador assíduo dos programas Banco de Feira e Violência Zero, produzidos por Ruy Sarinho, jornalista e homem de rádio, da Sintonia Comunicação. Iam ao ar, pela Rádio Olinda, em sequência, diretamente dos mercados, feiras e praças públicas do Recife e de Olinda. Euzinha estava na bancada do VZ, programa de debates em defesa dos direitos humanos, em dobradinha, primeiro com Saulo Ramos, radialista de nome por aqui; depois com o próprio Ruy. O Veio Mangaba-Walmir Chagas, comandava o Banco de Feira em parceria com a Pastora Sissi – incorporada pela juventude e talento da jornalista e multimídia, Cirlene Menezes. Vez por outra, a agenda desta implicava ausências. Entâo, entrava em cena minha ousadia, trôpega e, digamos, madura… hehe

Pena que durou pouco. Quem incomoda não encontra patrocínios. Bom que sobram boas lembranças e a amizades, que se traduzem em reconhecimento.
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