por Sulamita Esteliam

Não vou entrar na polêmica, que envolve interesses que não enriquecem além dos criadores e/ou aproveitadores da campanha. Já bastante aquinhoados, diga-se.
Não vou dizer que não deixa de ser um achado, do ponto de vista publicitário, ainda que haja controvérsias. É que propaganda e publicidade envolvem ideias oportunas a propósito de algo ou alguém.
Oportunismo e oportunidade. Registre-se, necessariamente, nada disso tem a ver com o politicamente correto ou mesmo com a verdade dos fatos. O que, absolutamente, não quer dizer que vale-tudo.
Afinal, do ponto de vista darwiniano, somos sim, todos macacos, independentemente da cor da pele, origem geográfica, raça ou etnia. Racismos à parte, humanos, nos macaqueamos por aí…
Quero dizer: se acho que entendi a ideia, abrange a todos nós, e não tão somente negros ou indígenas, que me perdõem irmãs e irmãos do movimento negro e da causa indígena. ou não, que discordam.
Não vou dizer que não achei supimpa a presença de espírito do jogador Daniel Alves de traçar a banana que lhe atiraram em jogo na Espanha, a propósito de esculhambá-lo. Foi como se dissesse: “Tropecem no monte…” ou algo que o valha.
E antes que alguém diga que isso também é racismo, ou servilismo, digo que pode caber, sim, tal interpretação, mas este não é o sentido – nem da lembrança, que me remete a fala que Euzinha, adolescente, costumava contrapor às preocupações da minha mãe com a língua do povo. E, acredito, nem tampouco do gesto do lateral.
Ou estaria ele pensando na ideia, à espera da oportunidade, do colega de time, Neymar, viabilizada pela agência responsável pela imagem do jogador-estrela?
Não obstante, há quem tenha levantado pontos interessantes, em questionamento ou aplauso à hastag, que bombou nas redes e na blogosfera. #somostodosmacacos.
Selecionei algumas. Os acessos estão aqui, aqui e aqui :
E antes que me alongue mais, vamos ao propósito do título desta postagem, que busquei no Youtube para compartilhar com vocês: Elis Regina, num especial da TV alemã, canta e encanta com a música de Marcos e Paulo César Vale, nos idos de 1972: Black is beautiful.
PS1: Clique para conferir outras lembranças musicais na república-brasilis, essas a propósito de bananas… – aqui as gravações.
PS2: Segunda brava, envolvida com o acerto de contas com o Leão e um baita dor lombar, não restou-me energia para o blogue. Mas cá estamos de volta.
Você escreve com tanta sensatez e propriedade que tudo parece realmente simples assim e deveria, mas a realidade se impõe totalmente diferente o que é lamentável. Adorei seu texto e também os acessos informativos principalmente o de Douglas Belchior.