por Sulamita Esteliam
Eduardo Galeano, o mago da indignação, encantou-se, nesta segunda-feira, 13, num hospital em Montevideo, aos 74 anos. Perdeu a batalha para um câncer no pulmão. A despeito da obra, que é eterna, o mundo fica muito, muitíssimo, mais pobre sem a sua instigadora presença.
Os da minha geração conheceram o jornalista, escritor, historiador e ilustrador uruguaio através de seus escritos. As Veias Abertas da América Latina é uma espécie de manual indispensável ao reconhecimento sócio-político desta parte do planeta.
Li nos tempos da faculdade, e reli há poucos anos, para nunca mais esquecer. Todavia, é na leitura poética que o encantamento com Galeano se completa. E seu O Livro dos Abraços é de todos, para mim, o mais profundo em seus significantes.
É nele que busco o miniconto que compartilho a seguir – em espanhol:
El mundo
Eduardo Galeano (03.09.1940/13.04.2015)

Un hombre del pueblo de Neguá, en la costa del Colombia, pudo subir al alto cielo.
A la volta, contó. Dijo que habia contemplado, desde arriba, la vida humana.
Y dijo que somos un mar de fueguitos.
El mundo es eso – reveló – Un montón de gente, un mar de fueguitos.
Cada persona brilla con luz propia entre todas las demás.
No hay dos fuegos iguales. Hay fuegos grandes y fuegos chicos y fuegos de todos los colores. Hay gente de fuego sereno, que ni se entera del viento, y gente de fuego loco, que llena el aire de chispas. Algunos fuegos, fuegos bobos, no alumbran ni queman; pero otros arden la vida con tantas ganas que no se puede mirarlos sin parpadear, y quien se acerca, se enciende.
Agora ouça, pela voz do autor: