Ângela Carrato: armadilha global e o cochilo da comunicação do governo Lula

por Sulamita Esteliam

Foram dias intensos nas últimas duas-três semanas, especialmente, devido ao lançamento do Livro de Dora e suas Irmãs – de afetos, fantasias, dores e silêncios. Daí minha prolongada ausência neste blog.

Ainda estou tentando ajustar minha biruta, muito ao sabor do vendaval de emoções.

Então, recorro ao auxílio luxuoso da colega Ângela Carrato, jornalista mineira do primeiro time, professora de Jornalismo na Fafich-UFMG, pesquisadora , denfensora dos direitos humanos, dentre os quais o direito à Comunicação de qualidade. 

É uma verdadeira perdigueira no que toca a dissecar o jornalismo global, particularmente. Aqui, ela analisa a edição do Jornal Nacional na segunda,16, a cereja do bolo da má intenção da Globo com a  entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Fantástico, no domingo 15. 

Armadilha bem ao estilo global, que a Comunicação palaciana tinha obrigação de evitar.

Lula convalesce de cirurgia para drenar hemorragia na base do crânio, consequência da queda recente no banheiro de casa;  foi submetido a outro procedimento médico para prevenir eventos futuros da mesma natureza, e trabalha em casa, em São Paulo, até segunda ordem.

É, como define o cartunista Miguel Paiva, em charge para o Brasil 247, um “cabeça dura”; obrigada. E Euzinha acrescento: além de cabeção, tem o corpo fechado e a proteção do Universo.

Tipo aquele motejo polar:  “conosco, ninguém podemos”. E salve!

Ao artigo, capturado do perfil da autora no Facebook, com a devida permissão.

Lula cabeção - Miguel Paiva

A Globo é um câncer

por Ângela Carrato – no Facebook

Um dia após a entrevista fraudulenta que o Fantástico fez com o presidente Lula, quando teve alta hospitalar, foi a vez do Jornal Nacional voltar a atacá-lo.

Com cara de “situação grave”, Willian Bonner abriu a edição desta segunda-feira (16/12) anunciando que o dólar atingiu a maior cotação em se tratando do real, em uma espécie de mini-editorial.

A reportagem que se seguiu responsabilizou a “insuficiência do pacote de ajustes do governo pela desconfiança do mercado”.

O descaramento do JN foi tamanho que enfatizou que mesmo o Banco Central tendo realizado dois leilões de venda de dólar, não conseguiu segurar a alta, dando a entender que a economia brasileira está à beira do abismo.

Nenhuma palavra sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ser o responsável por esta situação e também pela taxa de juros estar em estratosféricos 12,25%. Situações que são ruins, mas estão longe de indicar que a economia vai mal.

Ao contrário. Indicam a tentativa de sabotagem por parte do bolsonarista Campos Neto, nos dias finais de seu mandato.

Mentiras, desinformação e ataques a políticos e governos progressistas desde sempre fazem parte do modus operandi das empresas da família Marinho.

Não se pode perder de vista que se o Grupo Globo é o que é, deve-se aos golpistas de ontem e de hoje.

Vamos aos fatos.

Em 1961, o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, com a Rede da Legalidade, que reuniu 102 emissoras de rádio, conseguiu se contrapor aos jornais golpistas e garantir a posse do vice João Goulart na presidência da República.

Desnecessário dizer que Brizola se tornou “inimigo para todo o sempre” aos olhos de Roberto Marinho.

Outro político que Marinho odiava era Roberto Saturnino Braga. Ele foi o relator da CPI Globo -Time-Life, que concluiu pela ilegalidade dos acordos comerciais entre as duas empresas.

Se não fosse o golpe militar de 1964, a concessão da TV Globo teria sido cassada. Castelo Branco, o primeiro militar-presidente após o golpe simplesmente desconheceu este resultado.

Moral da história: o grupo Globo apoiou a ditadura até nos seus minutos finais, tentando desconhecer a campanha pelas Diretas-Já.

Como se isso não bastasse, fez de tudo, inclusive manipular a edição do último debate entre Lula e Collor em 1989, para dar vitória a Collor, o primeiro presidente eleito após 21 anos de ditadura.

Uma vez conquistado seu intento, a família Marinho achou que continuaria mandando. Como o ridículo “caçador de marajas” tinha seus próprios planos, a Globo que o elegeu, também o derrubou.

A Globo também esteve na linha de frente do golpe, travestido de impeachment, contra Dilma Rousseff, em 2016, bateu palmas para os golpistas Temer e Bolsonaro e achou que conseguiria domesticar Lula neste terceiro mandato.

A canalhice de seus proprietários e dos jornalistas serviçais dos Marinho é tamanha que não respeitaram nem o fato de Lula ainda estar se recuperando para fraudar a entrevista e mentir descaradamente em relação à alta do dólar, tentando fomentar o terrorismo econômico.

Esses dois recentes episódios servem para lembrar que a Globo não mudou nada.
O que precisa mudar é o comportamento do governo Lula em relação a esta emissora, um verdadeiro câncer do qual o Brasil precisa se livrar.

 

2 comentários

Deixar mensagem para gustavo_horta Cancelar resposta