
Este blogue integra a rede on line plugada aos Cinco Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. De hoje, 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, até 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A atividade colaborativa entre blogueiras, tuiteiras e participantes de outras redes sociais, abre a campanha mundial 16 dias de Ativismo, que começa dia 25 vai até o dia 10 de dezembro. A Tal Mineira está dentro. #FimDaViolenciaContraMulher.
Por Sulamita Esteliam

Em briga de marido e mulher, a gente mete a colher, sim. Da mesma forma, é intolerável que você, eu, o amigo ou a amiga, o vizinho, o guarda da esquina, assistamos impassíveis que meninas e mulheres sejam espancadas, humilhadas, assediadas e/ou forçadas a fazerem o que não querem, em nome do que quer que seja.
Nas relações humanas, o direito de escolha tem que ser respeitado, e a vida e a saúde física e mental há que ser preservada.
Significa que a cumplicidade, autoridade ou tutela não são vias de mão única. Não podem ser usadas como armas para submeter, coagir, massacrar.
Mais: a sociedade não pode aceitar como natural qualquer tipo de violência – física, verbal, moral, psicológica, de negação da cidadania. A omissão é prima-irmã do atraso e da iniquidade.
****************************************
Este o espírito da campanha Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas, que busca mudar atitudes e padrões culturais, lançada no Brasil em maio deste ano. Nesta segunda-feira, 22, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres apresenta a campanha de mídia, em audiência pública coordenada pela ministra Nilcéa Freire. Às 17h, no auditório SPM, em Brasília-DF.
Serão mostrados um vídeo institucional sobre os primeiros meses de campanha e três virais – Mulher, Menina e Homem – que vão ao ar nos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher.
O enfoque é a prevenção, além de estimular o debate e a participação da comunidade para a mudança de atitude e padrões culturais. Antecipar e proteger antes que a violência ocorra.
É parte das atividades do dia 25 de novembro de Não-Violência Contra a Mulher coordenada, na América Latina e no Caribe, pela RSMLAC – Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. No Brasil a condução é da Rede Feminista de Saúde.
A audiência pública, em Brasília, insere-se no esforço nacional de ver a Lei Maria da Penha implementada. Ao mesmo tempo corrobora no empenho do movimento latinoamericano para fazer valer a Convenção do Belém do Pará pela erradicação da violência contra a mulher. E responde ao chamamento mundial das Nações Unidas, via Unete, para dar um basta às violências e discriminações baseadas no gênero e outras desigualdades.
Leia mais no blogue pernambucano Eu decido!.
***************************************
Dados da OMS – Organização Mundial de Saúde dão conta de que, nas relações entre casais, a violência atinge de 25% a 69% das mulheres na América Latina e no Caribe. Cerca de 5% a 46% das meninas latinoamericanas e caribenhas sofreram algum tipo de abuso sexual. No Brasil, a cada 15 segundos ocorre uma violência contra mulheres.
De acordo com o Instituto Sangali, organização educacional de São Paulo, são mais de 41.500 mulheres assassinadas em uma década, dado que resulta na média de 10 brasileiras mortas por dia. Com base em dados do Sistema Único de Saúde, o índice de assassinatos de mulheres no Brasil é de 4,2 por 100.000 habitantes, o que nos coloca acima do padrão internacional.

A violência contra as mulheres é uma importante questão de saúde pública, uma violação aos direitos humanos das mulheres e à cidadania.
2 comentários