Nem com uma flor

por Sulamita Esteliam
O desfile de 2010, nona edição do bloco, único do país a fazer trabalho preventivo anti-violência contra mulheres - Foto: Inaldo Lins: canarvaldorecife.com.br

Este ano, o Dia Internacional da Mulher cai na terça-feira gorda de Carnaval. Em muitos locais, as comemorações serão antecipadas, em outros adiadas, já  que é dureza concorrer com a folia. No Recife, as duas festas se misturam. O bloco Nem com uma Flor completa 10 anos e prova que brincadeira também é coisa séria: sai na quinta, 03 e na terça, 08, levando alegria e conscientização pelas ruas da cidade.

Brincadeira também é coisa séria - Foto: Inaldo Lins

O bloco foi criado pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, da Prefeitura do Recife, com intenção educativa: conscientizar os foliões a não praticar violência contra mulheres durante o reinado de Momo e divulgar os serviços de atendimento às vítimas – durante a folia e o ano todo. O trabalho é pioneiro e único no país. Neste Carnaval, o material a ser distribuído – leque e panfleto – traz, também, um resumo da Lei Maria da Penha.

Troca de camisetas já começou para as integrantes do bloco, mas pode ser feita antes de cada desfile - Foto: Antônio Tenório/PCR
Não tem idade para participar do desfile - Foto: Inaldo Lins

Qualquer mulher pode participar do desfile do Nem com uma Flor, animado por orquestra e grupos musicais só de mulheres. Basta adquirir a camiseta lilás com a logomarca da agremiação, o que pode ser feito antes de cada desfile: dia 03, a partir das 13 horas, no Armazém 12 e dia 08, a partir das 15 horas, na Praça do Arsenal, no Recife Antigo.

Ao invés dinheiro, a moeda é um dos kits de higiene, a saber: creme de pentear e um pente; xampu e cotonete; condicionador e pente; fralda descartável infantil; e uma colônia ou um perfume. O material arrecadado vai para projetos sociais mantidos pela prefeitura: Casa Sempre Viva e Centro Clarice Lispector.

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Para celebrar os 10 anos, o bloco ganha novo estandarte. Na cor lilás, que identifica o movimento feminista internacional, é forrado em veludo, com adornos  de galões dourados, rabo de gato prata, cetim, e enfeites de tecidos estampados. Obra coletiva de costureiras negras de seis RPA’S – Regiões Político-Administrativas do Recife, uma vez que este é o Ano Internacional das/os Afrodescendentes, definido pela ONU.

Simbolicamente, a confecção do estandarte se deu à sombra de uma árvore de Coração Negro, na Estância, bairro no Sudoeste do Recife.

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Fonte: Prefeitura do Recife

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