A felicidade e a luta nossa de cada dia

por Sulamita Esteliam

Queria uma boa notícia para inaugurar a semana de trabalho, depois de três dias de ausência no blogue. Não estou para tragédias ou urucubacas. Que ellas – as boas notícias – hay, hay, yo lo sé. Pero, não as encontrei, no atropelo de tempo no qual me encontro. Então, com a permissão de vocês, recorro à boas lembranças.

Eneida Costa assina o livro de posse, depois de discurso sobre "a felicidade" - Fotos: André Fossati

Estou de volta ao Recife, depois de alguns dias de intensa atividade. Passei três em Brasília, no 2º Encontro Nacional de Blogueiros, onde aprendi muito, retomei contatos profissionais e pessoais e fiz novas amizades. Outros quatro dias, corridos, em Beagá, para a posse da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Minas,  minha casa político-sindical de origem, agora presidida por minha amiga-irmã Eneida Costa; e claro, rever a família. A parte que foi possível, pois tudo foi combinado com muito trabalho.

A vida só presta assim.

Nem vi a cara do São João, que por aqui é festa para ninguém botar defeito. Dei-me o direito de usar feriadão para descansar, matar as saudades de casa, da família de cá, e curtir preguiça. Sei que mereço.

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Na terrinha, foi muito bom constatar que o nosso Sindicato ainda reúne o espírito fraterno entre coleguinhas, a despeito das diferenças políticas, e veia crítica à flor da pele. Rever antigos colegas de trabalho, companheiros e adversários de luta, amigos que a distância e o tempo não apagam de nossos corações e mentes valeu o esforço da viagem curta.

Eneida, homenageada por um colega; sentados, Aloízio Morais, que transmitiu o cargo e Celso Shöreder, presidente da Fenaj

Eneida é a primeira mulher negra a presidir os Jornalistas de Minas. Aliás, lembrou-me o arguto amigo, jornalista e poeta, Carlos Barroso: o Sindicato jamais teve, até agora, um presidente negro. Isso no segundo estado em população afrodescendente do país.

As mulheres são maioria nas universidades, nas redações e assessorias de imprensa. Apesar disso, ainda são presenças minoritárias na presidência de entidades sindicais. Em rápida pesquisa virtual, mês passado, este blogue contou 0ito mulheres encabeçando direções de sindicatos de jornalistas,  nas 32 entidades filiadas à Fenaj – aqui. Eneida é a nona.

Aliás, duas delas marcaram presença na posse em Minas: Suzana Tatagiba, do Espírito Santo e Suzana Tavares Blass, do município do Rio de Janeiro.

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Para a posse acorreram a maioria dos presidentes da entidade nos últimos 40 anos, pela ordem: José Mendonça, Dídimo Paiva (foi paraninfo da nossa turma de faculdade), Paulo Lott, Tilden Santiago, Manoel Guimarães, Luiz Carlos Bernardes, Américo Antunes (de quem Euzinha fui vice), Dinorah do Carmo, Aloísio Lopes e Aloízio Morais, que passou o cargo. O presidente da Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder, também compareceu, além de autoridades municipais e estaduais.

Emocionante a solenidade, aberta com o Hino Nacional ao violão, cantado em duo pelas belíssimas vozes de Margareth Petersen, jornalista, e Eda Costa, professora de canto e irmã da presidenta empossada. Ímpar o momento em que Gabriela Costa, neta de Eneida, homenageou a avó com um lauto buquê de girassóis – como quê a simbolizar uma nova aurora para a entidade. Mais Minas, impossível.

Eneida  supreendeu para quem esperava um discurso estritamente político, no tom próprio da militante de esquerda, forjada na tradição sindical familiar, ativista dos direitos humanos e da defesa da categoria. É claro, o discurso tinha tudo isso, mas, sem perder a firmeza, Eneida falou, essencialmente, do motivo de estarmos aqui no Planeta, de lutarmos pelas boas causas, pela igualdade, democracia, cidadania, liberdade: “a busca pela felicidade”.

A foto da diretoria empossada, Eneida ao centro, incluiu os convidados presentes - André Fossati

3 comentários

  1. Bela reportagem. Informação e emoção.
    De volta ao trabalho, cuide bem do gatinho… abra um potinho de coalhada exclusivo pra ele no café da manhã! rs
    Obrigado pela menção no outro post.
    E prepare-se para setembro em Foz do Iguaçu… Como dizia o personagem Tim Tones, de Chico Anysio,” hora de passar a sacolinhaaa”!
    Grande beijo.

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