por Sulamita Esteliam
Estão abertas, até 19 de agosto, as inscrições para a primeira edição do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, criado pelo Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, no mote do Ano Internacional para os Afrodescendentes. A notícia me chega via boletim Mulher Negra, do blogue de Mônica Aguiar, via Rede Mulher e Mídia.
O lançamento, dia 10 de maio último, acabou por se transformar na última homenagem em vida ao ativista dos direitos humanos e da causa negra, primeiro deputado negro e ex-senador do Brasil. Abdias tornaria-se estrela 14 dias depois, aos 97 anos.
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Serão distribuídos R$ 35 mil a produções jornalísticas que contribuam para a prevenção, o combate e a eliminação de todas as formas de manifestação do racismo e da discriminação racial, em sete categorias. Conteúdos publicados no período de 01 janeiro de 2009 a 30 de abril de 2011. Mais informações sobre o prêmio aqui.
Registre-se que igualdade racial não é, exatamente, tema frequente nas pautas dos veículos da velha mídia nativa. Pululam preconceitos e esteriótipos, no geral e, no particular, quando o foco é a mulher. Assim, o objetivo e o prêmio chegam em muito boa hora.
Uma inovação: além de Mídia Impressa, Rádio, TV, Internet, Mídia Comunitária e Fotografia, o prêmio cria a categoria Especial Gênero Jornalista Antonieta de Barros. Láurea à primeira mulher negra no país a assumir um mandato parlamentar, em Santa Catarina, no começo do século XX.
Articulista da condição feminina e sobre o preconceito racial, num cenário onde a mulher mal podia se expressar, escrevia sob o pseudônimo Maria da Ilha. Homenagem é mais do que justa.