Obrigada, querido Metzker, saúde!

por Sulamita Esteliam

Meu amigo Márcio Metzker, jornalista das Gerais, em gozo, literal, de sua aposentadoria, me envia um regalo de sua mais recente viagem, ao Maranhão – sempre com sua amada, Fran. Posto ao lado.

Veio acompanhado de um simpático bilhete:

Querida Sula,

Olha só que simpático este bar de Alcântara, onde tomamos um guaraná Jesus e uma cerveja Cerpa, já que a Cerma acabou.

Saudades,

Márcio e Fran

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Vez por outra, Metzker me prega uma boa surpresa. Ano passado, avisou que estaria no Recife no dia do meu aniversário, em dezembro, e que eu era sua convidada para o jantar. Veio com Fran, e reuniu-se ao meu grupo de amigos e familiares para degustar frutos do mar e um bom chope, num bar de Boa Viagem. “Festa turca”, naturalmente: prazeres e conta partilhados.

Tenho no “bar mineiro” – de São João Del Rey – da minha sala uma garrafa, com rótulo personalizado, cuidadosamente desenhado por ele: “SULAMITA – CACHAÇULA SPECIAL”, e uma série de especificações, em inglês. Presente de aniversário, em 1989, acho.

De outra feita, em 1998, me fez um DDD no meio de um dia de semana: “Estou de férias. Coloquei seu livro debaixo do braço e vim conferir as locações. Não existe a rua tal no Barreiro…”  Respondi, não sem boa gargalhada, que estava no lugar errado: a rua tal é no Bairro das Indústrias, onde cresci, vizinho e pertencente à Região do Barreiro – periferia Oeste de Beagá.

Ficaria horas relembrando episódios semelhantes em nossa longa amizade. Seguramente, se vir a ler esta postagem, Márcio dirá que omiti as situações nas quais o protagonismo se inverte – e onde nem sempre estou bem na fita. E como há! Tempo haverá para destapar o baú, caro amigo.

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Trabalhamos juntos, Metzker e eu, em diferentes e coincidentes oportunidades, há alguns bons anos passados – na sucursal de O Globo e na redação do Hoje em Dia, em Belo Horizonte. Desenvolvemos uma cumplicidade que o tempo, a distância, os sucessivos casamentos de parte a parte e as divergências de opinião política e, não raro, acerca das relações humanas, não têm sido capazes de apagar.

A atenção, a generosidade, a gentileza, o gosto refinado e o espírito crítico – elevado à mordacidade – são traços indeléveis na personalidade do meu amigo. Assim como o são a capacidade de superar adversidades, de fazer do limão várias limonadas e, se desandar, rir da situação e de si próprio.

Coisas de leonino, que muita gente não entende.

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Sim, não conheço Alcântara. No Maranhão só cheguei a São Luiz, que amei. Mas, já fui apresentada ao guaraná Jesus. Deu-se em Teresina, onde é possível alcançar o estado vizinho em rápida travessia de barco. Estávamos numa convenção, e algumas pessoas foram até lá e trouxeram várias garrafas do refrigerante cor de “rosa-choque” (pink).

Não provei, não bebo refrigerantes. Em matéria de bebida, sou radical: suco, tão somente no café da manhã. No mais, água, muita água. E álcool, em ocasiões variadas, que ninguém é de ferro.

4 comentários

  1. Exemplos de amizade profunda e mágica, igual a de vocês dois, são pra ficar bem gravados
    no coração de quem lê suas “confissões”, e seus “causos”. Quero supor que você, que
    é de dezembro, seja sagitariana, pois leoninos e sagitarianos nasceram pra serem eternos
    amigos, ainda que haja entre eles, uma – também eterna – rivalidade e divergência. O bom
    nisso é que é tudo saudável e amigável. Sou sagitariano e tive um primo (hoje falecido)
    que era o meu oposto em muita coisa, mas éramos mais do que irmãos, e nos comunicávamos
    por telepatia. Era um olhar pro outro e já cair na risada… Ninguém entendia, mas a gente
    se divertia com isso, com a nossa cumplicidade…

    1. Obrigada, Alfredo. Sim, tenho Sagitário em várias posições no meu mapa. Mas, sou capricorniana do dia 28 – com ascendente em Áries e a lua em Libra. Talvez tudo isso, junto, explique reclacionar-me tão bem com leoninos e leoninas, e sagitarianos também. Abraço.

  2. Gostaria de ter o contato do Márcio Metzker para propor um abaixo-assinado pela brilhante ideia de transformar a lama que a Vale deixou em um parque para sepultar os mortos e reunir os parentes saudosos.

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