por Sulamita Esteliam
A história sempre foi contada do ponto de vista dos vencedores, quase sempre, a elite dominante, essencialmente masculina. Pois esse rumo tende a mudar, por obra e graça dos movimentos populares em todo o mundo. É o que acontece com a mostra itinerante de fotografias que Olinda recebe e abre, a partir de hoje até a quinta, 29, na Aeso – Faculdade Integrada Barro Melo, na Praça do Carmo: Mulheres em Ação – de 9:00 às 18:00 horas.
São imagens captadas do cotidiano de mulheres populares, seu trabalho, sua militância, seus sonhos. Uma ação, quase sempre, invisível, silenciosa, não-valorizada, mas eficaz, como o fazer das formigas.
Cliques de mulheres populares e fotógrafas integrantes de diversas de organizações do Brasil, Equador, Colômbia e Peru. A exposição integra o II Seminário Internacional Repúblicas e Violência: Um olhar das Mulheres, realizado pela Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco, e o Brasil é o segundo país a recebê-la. A primeira aconteceu em Quito, no Equador, e daqui segue para a Colômbia e o Peru.
“A exposição vêm em um momento simbólico para o Brasil, em que estamos comemorando os 80 anos do voto feminino no Brasil e os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as mulheres”, observa Silvia Cordeiro, coordenadora geral do Centro das Mulheres do Cabo, que realiza o evento em parceria com outras entidades e movimentos.
A mostra é parte do Convênio Formação e Empoderamento de Mulheres Populares e Diversas para a Construção de Novas Cidadanias na Colômbia, Peru, Equador e Brasil. O objetivo é fazer visível as mulheres, a partir de suas próprias ações – “um pequeno passo para acabar com as injustiças cometidas contra elas”.
Além do Centro das Mulheres do Cabo, estão na empreitada a Casa da Mulher do Nordeste e o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste, todos membros do Convênio citado, promovido pela Intermón Oxfam, com o apoio da Aecid – Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento.