por Sulamita Esteliam
Sigo com o tema hoje, mas prometo manter-me na linha, e escrever pouco. Desta vez, vou direto ao ponto mais sensível às minhas entranhas: exploração sexual de crianças e adolescentes. Em outras palavras, pedofilia, estupro e lenocínio conjugados.
Perco o rumo quando penso nisso.
Há coisas que são difíceis de encarar, que dirá explicar para fazer sentido a outrem. Melhor, então, desenhar.
Foi o que fez a Agência Pública – de reportagem e jornalismo investigativo. A organização que reúne jornalistas independentes, dispostos à prática profissional comprometida com as boas causas; portanto, com a humanidade dos fatos. Como deve ser.
Projeto aprovado no VII Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, bolsa garantida, a equipe de jornalista e quadrinista botou o pé na estrada, durante três meses. A missão: desvendar a teia da prostituição infantojuvenil no Ceará, com foco na Copa.
Você pode estar se perguntando: “Por que o Ceará, se este é um problema em todo o Brasil!?” A Pública partiu de denúncia de tráfico interno de mulheres e meninas do interior, sobretudo de municípios praieiros, para Fortaleza.
Mas Euzinha, que morei e trabalhei na capital cearense por três anos, em meados dos 90 do século passado, digo: a coisa lá é escancarada, à luz do dia e a céu aberto. Mas é de tal maneira urdida, que é difícil desmantelar.
A menos que se coloque na esfera federal, além do tráfico de pessoas, a investigação da exploração sexual, vai-se continuar na denúncia.
Sim, antes que eu me enverede em exorcizar velhos fantasmas, compartilho o prólogo da reportagem em quadrinhos – que, aliás, já nasceu premiada. Pública e a equipe, Andréa Dip e De Maio, além das artefinalistas, estão de parabéns.
São cinco capítulos que você pode acompanhar no sítio da Agência Pública, e ainda baixar em pdf para imprimir, se lhe aprouver.
A dica é de Célia Rodrigues, feminista, comunicadora e blogueira que integra o Grupo Mulher Ideal Cariri. Trata-se de articulação de mulheres pela cidadania e equidade de gênero daquela região do Ceará. Recebi via Rede Mulher e Mídia.
Como se pode ver, meu correio eletrônico me pauta muito bem. Ao HQ, pois:















Brigada Sulamita… Claro que vamos divulgar! Estamos nessa luta há anos!
Uma das nossas parceiras da Amarc/Brasil, Rosa Gonçalves, diretora da Rádio Comunitária Independência da cidade de Independência CE, está fazendo um trabalho no ar, com debates e discussões com enfoque de gênero, acordando a opinião pública para essa realidade gritante!
Quero te informar que vários órgãos que trabalham o combate à atuação e aliciamento para prostituição infantil na capital, reuniram juizados especiais, CEDECA, Conselho da Criança e ConselhosTutelares, Centros de Referências etc etc, estão trabalhando juntos durante todo o período da Copa e fora dele. O grande problema está nas pouquíssimas denuncias efetuadas, não é fácil detectar os responsáveis e locais aonde atuam. A profª Tânia Gurgel uma das responsáveis pela coibição desse crime foi à TV pedir ajuda para localizar os pontos de prática da exploração sexual infanto/juvenil em Fortaleza
Não tivemos a maior seca dos últimos anos, algumas cidades rurais foram atingidas pela estiagem, a capital não sofre esses efeitos e essas crianças em sua grande maioria, têm pais mães e residências.
Claro que a desestrutura familiar e muitas vezes a vida precária, estimulam e facilitam a abordagem d@s criminos@s!
Sabemos que a prostituição de meninas, não é só no nosso estado. No norte do país as feministas e movimentos sociais também penam para coibir!
Eu que agradeço, Célia, a oportunidade de contribuir, que seja divulgando. Obrigada tbm pelos esclarecimentos adicionais. Xêro.