por Sulamita Esteliam

Há duas semanas a oposição e o dito mercado, via mídia venal, pressionam para que a presidenta Dilma Roussef anuncie a nova equipe econômica. Parece que eles ganharam a eleição. E o governo finge que não é com ele.
Semana passada, chegaram a cravar os nomes que comporiam o novo time, que teria o poder de alavancar a retomada do crescimento. É de dar nó no estômago a composição ventilada. Não há nada oficial.
E, vamos convir, é difícil imaginar que a presidenta, uma economista desenvolvimentista por formação, esteja feliz com essas escolhas, se há escolha de fato. Fosse ela, esperava a diplomação e a posse para anunciar o time no atacado. E desautorizava qualquer especulação.
Como? Comunicando-se, clara e frequentemente com o povo, a quem deve o mandato. Mas, é preciso ter cabeça pensante na comunicação. Chego a ter urticária com tamanho desmantelo.
De qualquer forma, na opinião desta velha repórter e reles blogueira, é a treva imaginar que Joaquim Levy pode constituir-se alternativa a Henrique Meirelles. E Kátia Abreu no comando da Agricultura resseca qualquer reserva de suco gástrico.
Se não estou sozinha, como se depreende do acesso anterior, também sempre há quem discorde. É assim mesmo.
A despeito da importância crucial do agronegócio no PIB – Produto Interno Bruto (25,7%) na pauta de exportações (39,5%)e na balança comercial do país. Estes percentuais somam a agricultura familiar, incluída para fins estatísticos, semânticos e políticos, como parte do negócio da agropecuária.
A produção de alimentos do cotidiano das famílias brasileiras, entretanto, vem da agricultura familiar, à base de 70%. Embora detenha apenas 30% da terra agricutável, inversamente proporcional ao número de imóveis rurais, 80% deles em posse deste segmento produtivo. Os dados são do Ministério da Agricultura, relativos ao ano safra 2011/12.
Pouco afeito a cultivar úlceras, o MST – que apoiou a reeleição de Dilma Roussef cobrando reforma agrária com prioridade à agricultura familiar sustentável -, já botou o bloco na rua. No sábado, 22, ocupou uma fazenda no Rio Grande do Sul, em protesto.
A CUT e as demais organizações de trabalhadores deveriam fazer o mesmo, como medida preventiva anti-arrocho.
E se o governo Dilma está pressionado pela direita, como está além do limite compreensível, todo o setor progressista, incluindo os partidos políticos que se localizam à esquerda, têm obrigação de fazer o contrapeso. Não basta ajudar a eleger, tem que dar sustentação.
O segundo governo Dilma sequer começou, e o clima de disputa eleitoral se mantém. A tentativa clara de deslegitimar a vontade das urnas tem que ser combatida com mobilização no sentido contrário. Não basta as redes sociais.
Não é se escondendo que se mostra força, inclusive para resistir ao arbítrio. Quem muito se encolhe deixa à mostra os fundilhos. Taí a memória do junho de 2013 para não deixar a perplexidade reinar.
Para compreensão mais apurada do que está em jogo, sugiro a leitura dos artigos abaixo:
- Luis Nassif: GGN: Se Levy tocar, Dilma dança
- Jânio de Freitas/FSP: O primeiro passo
- Miguel do Rosário/O Cafezinho: Não há mais clima para golpe
E olhem só a pérola que encontrei no Facebook, via Noelia Brito:
*****************
PS: Não foi possível chegar ao blogue na sexta-feira, 21. Deixei para atualizar tarde da noite, devido a uma série de compromissos, e fiquei sem internet. E no fim de semana o sinal andou claudicante, até fenecer totalmente no domingo – levando para a cova o telefone e a TV a cabo.
Hoje, para variar, a GVT botou a coisa no ar, por volta das 9:30 da manhã, hora do Recife. Entretanto, o sinal continua inconstante, o que só permitiu subir a postagem agora, já quase meio dia.
*****************
Postagem revista e atualizada às 12:24, hora do Recife: inclusão da imagem sobre o G-20 ao final do texto. E novamente às 21:59, para corrigir erros de digitação e repetição de palavras em diferentes parágrafos.

2 comentários