
por Sulamita Esteliam

Os senhores deputados, tão lépidos em aprovar medidas contra o povo brasileiro, mostram o quanto preservam a própria pele. Em dois dias, adiaram por duas vezes, e agora por uma semana, a votação das emendas ao famigerado PL 4330, que libera geral a terceirização.
A medida de autopreservação tem tudo a ver com a reação adversa à decisão de uma semana atrás, de aprovar o fim das restrições legais ao processo de precarização do trabalho.
Diga-se, flagrantemente anticonstitucional, além de ser um verdadeiro atentado contra a dignidade de quem vive do trabalho. Quem o afirma é a própria Justiça.
Aliás, a Anamatra – Associação Nacional dos Juízes do Trabalho, produziu um clipe bastante ilustrativo do que representa o PL 4330 e da posição dos magistrados do setor a respeito:
E o Ministério Público do Trabalho, de sua parte, em caso de o Legislativo cumprir o roteiro de surrupiar os direitos trabalhistas, vai buscar reparo nos tribunais. A conferir.
Nesta quarta-feira, 15, houve protestos por praticamente todo o Brasil, com milhares ocupando ruas, praças e estradas. Como lembra a CUT “sem selfie com a polícia, sem apologia ao golpe e sem axé…”
E o A Tal Mineira acrescenta: sem panelas, peito de fora e, principalmente, sem violência e desrespeito.
As centrais sindicais, e os movimentos sociais garantem que é apenas o começo – também aqui e aqui.
Todavia, nada melhor que o recado de uma líder sindical paraibana durante audiência interativa no Senado Federal, requerida pelo senador Paulo Paim (PT-RS): “Quer votar, pode votar, não tem problema não. Mas teu nome vai pro poste em cada cidade onde você foi votado… ”
Confira no vídeo gravado e postado pelo Vi O Mundo:
João Pessoa, na Paraíba, já deu o exemplo. Colocou na rua carros com cartazes enormes estampando a cara e o nome dos deputados paraibanos que votaram SIM ao PL da terceirização.
Taí uma linguagem que os senhores parlamentares entendem.
Clique para ver como votou cada deputado.
A Agência Carta Maior publica especial sobre os impactos perversos da terceirização na vida da classe trabalhadora. Desmascara, ponto a ponto, a falácia dos argumentos dos defensores do PL 4330. Clique para ler mais a respeito neste blogue – também aqui.
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Postagem revista à 00:22 horas: correção de erro de digitação na segunda linha do texto: “aprovar” ao invés de “aprovador” como na publicação original.
