
por Sulamita Esteliam
Numa baita quinta-feira, o povo encheu as ruas das principais cidades brasileiras de alegria e energia boa em defesa da democracia e dos direitos sociais. A palavra de ordem deste 20 de agosto: #NãoVaiTerGolpe – nem retrocesso de qualquer natureza. Ou, aí sim, o Brasil vai parar.
O recado é claro. País afora, os movimentos sociais disseram que não aceitam que Dilma Roussef seja apeada da Presidência da República; nem que o governo se torne refém da agenda político-econômica derrotada nas urnas.
A saída para as dificuldades do governo e do país é pela esquerda.
Dezenas de milhares de pessoas organizadas nos movimentos sociais – com a classe, a força, a diversidade e o foco no que é essencial, próprio da classe trabalhadora.
Os números são múltiplos e divergentes, como sempre. Ficamos com os organizadores: CUT e demais centrais sindicais, MST, Movimento dos Sem Teto, UNE, movimentos de mulheres, dezenas de entidades. E também os partidos políticos à esquerda do espectro conservador.
O PT, finalmente, saiu da perplexidade na qual se acomodou.


Setenta mil na passeata, 100 mil no ato que finalizou a manifestação em São Paulo, que homenageou as vítimas da chacina de Osasco. Vinte e cinco mil no Rio de Janeiro, 15 mil em Belo Horizonte, 10 mil em Salvador e Brasília, 7 mil no Recife, outro tanto em Fortaleza, 5 mil em Manaus e em Curitiba… Aracaju, São Luiz, Teresina, Belém, Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, João Pessoa.
Uma das palavras de ordem nos sete cantos, #ForaCunha, está bem encaminhada: o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está indiciado pela Procuradoria-Geral da República.
A denúncia contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara, escreve Fernando Brito no Tijolaço, “é detalhada, provada e devastadora”.
Palavra de jornalista responsável, que leu todas as 80 páginas do indiciamento lavrado pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot – aqui e aqui, Poupou-me, por ora, o esforço.
Significa que, no entender do colega, não será por falta de subsídio fundamentado que o STF deixará de transformar Cunha de denunciado em réu. Esta a condição prevista no artigo 86 da Constituição Federal para que o presidente da Câmara seja afastado do caso até julgamento e sentença final do processo.
O Globo, insuspeito, traça o perfil de Cunha. É de arrepiar.
A saber se, desta vez, ele consegue safar-se.
