por Sulamita Esteliam
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A amiga Bernadete Lage, uma ativista dos direitos humanos, escreve em seu perfil no Facebook um libelo contra a indiferença, a omissão e/ou perplexidade, ou fuga, ou automatismo que mantém muita gente na dita zona de conforto diante da injustiça.
Curto e certeiro o texto sobre o silêncio em torno do desmonte dos direitos trabalhistas.
A dita reforma é um verdadeiro achaque a um mínimo de equilíbrio social, do qual não escapa ninguém que não viva do rentismo. Cria um “exército de bóias-frias” na definição do presidente do Dieese.
Bernadete é das Gerais, e vez por outra frequenta o A Tal Mineira, como personagem, fonte ou escriba.
Caso fosse pernambucana, diria no caso em pauta: “iludido é pior do que doido”.
Devo registrar que foi um prazer estar com ela e um dos seus quatro filhos, Victor, ainda que por breve hora de sua rápida passagem pelo Recife, na primeira semana deste julho chuvoso. Grata surpresa.
O simpático e gentil rapaz, um galalau, solteiro, engenheiro de produção, trabalhava no Rio, e se desligou da Petrobras a bordo do primeiro PDV este ano; para estudar alemão. Pretende ampliar o voo.
Deu-se o direito a férias, e trouxe a mãe a tiracolo para conhecer o Nordeste. Ainda se fazem filhos como antigamente.
Vamos ao texto da Bernadete:
Algumas pessoas pensam que as reformas trabalhistas não atingirão a si e sua família, que estarão protegidos, já que todos tiveram bom estudo, tem bons empregos ou tem patrimônio material sólido.
É preciso entender que ninguém vive tranquilo numa ilha cercada por uma população infeliz, subalimentada, sem esperança. Todos somos interdependentes.
A história nos ensinou que sempre haverá diferença de poder aquisitivo no mundo, faz parte do processo, mas ensinou também que a garantia da vida com dignidade para todos tem que ser encarada como protocolo de segurança de um povo.
É preciso entender que não é possível a tranquilidade com injustiça social.
Não há bolha que proteja, por tempo indeterminado, aqueles que têm a sobrevivência, a proteção, garantida, dividindo espaço – cidade/estado/país – com um grande contingente de desvalidos, de desesperados.
Ser justo, considerar o próximo como sujeito de direitos é salvaguarda pessoal, é condição vital de preservação de si e da própria família. Ninguém, ninguém mesmo está fora desse princípio.
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Postagem revista e atualizada às 7:05h: correção na legenda e de referências à autora do texto referido.