por Sulamita Esteliam
Você acredita que o capiroto-presidente está, mesmo, com Covid-19!? Não se pode esquecer, que esse senhor é um mentiroso compulsivo, e usa cortina de fumaça e non sense como método.
Foi eleito à base de mentiras. Até a facada, sem sangue, durante a campanha eleitoral segue sob suspeita. Mente tanto, que é um milagre que ainda não lhe tenha caído os dentes.
Meus amigos cartunistas, acima e abaixo, traduzem o sentimento geral da nação diante desse acontecimento.
E o assunto das redes nesta terça-feira não é outro. Chegam a enumerar as razões para mais uma trapaça do capiroto-presidente. O teste positivo para o Covid-19 seria falso – fake – e estaria sendo usado para:
- Fugir do depoimento (do filho 01) na Polícia Federal
- Abafar o PL 1562 – que obriga o uso de máscara os locais vetados pelo capiroto na lei já aprovada pelo Congresso; embora seja mais simples derrubar o veto, uma prerrogativa do Legislativo.
- Vender cloroquina.
Brinquei no Twitter que teria mais um motivo: empanar o sucesso do Fernando Haddad no Roda Viva desta segunda-feira. Até a suposta confirmação do teste positivo do capiroto, o desempenho do adversário nas eleições presidenciais era o assunto de maior sucesso nas redes sociais.
Todavia, se estiver mesmo infectado pelo novo coronavírus, o capiroto-presidente estará apenas colhendo o que espalhou – por contatos, tosse, espirro, gestos, palavras e, sobretudo, omissões e desfaçatez.
Só para lembrar, por exemplo, há quantos meses estamos sem ministro da Saúde, em plena pandemia?
Os números do dia não incluem o suposto teste positivo do senhor que ocupa o Palácio do Planalto. Até porque, na verdade, se referem ao fim de semana, sem contagem, e à segunda-feira.
Fato é que o Brasil ultrapassou a casa do 1 milhão e 600 mil – 1.674.655 – segundo o consórcio de imprensa, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde; quase 50 mil nas últimas 24 horas.
Multiplique por sete, que é a projeção de pesquisa recente em todo o país, e tem-se o tamanho da tragédia.
Os mortos já somam 66 mil 888, dos quais 1.312 constatados no dia.
E daí!?
Ora, claro que não desejo que o capiroto morra dessa tal “gripezinha de nada”,nem ao menos de intoxicação por cloroquina. Afinal, embora não pareça, é de se supor que seja da raça humana, e meu lado cristão, ainda que não-religioso, me impede de desejar mal a quem quer que seja.
Por óbvio, não incluo nesse rol as baratas e outros bichos de peçonha.
No entanto, pensando bem, a não ser aos filhos, que atendem por denominação numérica – de 01 a 04, porque a 05 “foi uma fraquejada” – quem vai sentir falta do capiroto? A Michele, será?
As redes, desde a noite da segunda, fervilham de desejos mortais, piadas picantes e votos de que o vírus resista ao verme.
Não só as redes. Nos jornais, colunistas também se manifestam contra e a favor do corona. Hélio Schwartsman, da Folha de São Paulo, está sob ameaça de processo pela Lei de Segurança Nacional, por ter publicado um artigo sob o título “Por que torço para que Bolsonaro morra”.
O jornalista garante que “não é nada pessoal”. Apenas considera que “Bolsonaro, na morte, prestaria um serviço que foi incapaz de ofertar em vida”.
Schwartsman lembra estudos da UFABC que comprovam o quanto a postura do presidente estimulou o contágio e aumentou o número de mortos na pandemia. Nessa linha de raciocínio, a morte do capiroto salvaria vidas, o que torna desejo e argumento dele plausíveis.
“No consequencialismo, ações são valoradas pelos resultados que produzem. O sacrifício de um indivíduo pode ser válido, se dele advier um bem maior.”
O ministro da Justiça de plantão,que parece não ter mais nada a fazer no Ministério do que lamber o chefe, já avisou no Twitter que mandou à PF investigar o colunista – outro, fez o mesmo com o cartunista Aroeira e com o jornalista Noblat, que replicou nas redes a charge do capiroto vandalizando a suástica nazista.
Não se espante pelo uso da rede para anunciar medida de tal gravidade. É pelo microblog que o Brasil é desgovernado.
Para acabar de completar, se é verdade que está infectado, o capiroto segue em sua postura inconsequente e irresponsável:
Tirou a máscara assim que terminou a entrevista onde fez o anúncio de que testou positivo para Covid-19. As emissoras – Record, Band e CNM – já anunciaram o afastamento das esquipes presentes, por segurança.
Tomou cloroquina ao vivo para dizer que está se tratando, quando a medicação não é recomendada pela OMS por seus efeitos colaterais danosos e feito nenhum no tratamento da doença.
Por essas e outras, já está denunciado junto ao MPF por atentar contra a saúde pública, crime previsto no Código Penal, artigos 131 e 132.
A ABI – Associação Brasileira de Imprensa, de sua parte, anuncia em nota que vai entrar com notícia-crime junto ao STF contra o capiroto-presidente:
“Não é possível que o país assista sem reação a sucessivos comportamentos que vão além da irresponsabilidade e configuram claros crimes contra a saúde pública.”
Ah, sim, não posso me esquecer: o filho 02 reclama na mesma rede social, que todo mundo deseja mal ao pai, e ninguém o defende. Então, o Gregório Duvivier recorreu à memória digital de causa e consequênicia: