por Sulamita Esteliam
Recebo, do amigo Ronaldo Almeida, fotógrafo mineiro e companheiro das lides jornalísticas nos tempos das Gerais, alerta importante para quem, como nós, beira, já chegou lá ou tem alguém na família aportando na dita melhor idade. Recebeu-o de uma amiga advogada, ela própria alvo de tentativa de extorsão, de plano de saúde.
Os planos ou seguros de saúde promovem reajustes abusivos quando o/a associado/a ultrapassa a barreira dos 58 anos. Não é só imoral, é ilegal. Estão aí o Estatuto do Idoso e o Código Nacional de Defesa do Consumidor a nos servirem de guia. A amiga do meu amigo foi à Justiça e tudo foi reposto ao seu devido lugar. Significa que, para além de se preocupar com a saúde e o bem estar, é preciso cuidar dos nossos direitos, da saúde do nosso bolso. Transcrevo mais abaixo.

Em situações como essas, mas não apenas, a gente fica tentada a perguntar melhor idade para quem? Ainda que, reconheçamos, envelhecer bem, com qualidade de vida é um privilégio que nossa geração alcança, mesmo que se recuse a admitir a envelhescência galopante. O espelho não costuma mentir, mas os olhos veem aquilo que o coração teima em sentir.
Assim, se há amigos que lhe adulam, dizendo “você não mudou nada” – costumo responder, “me engana que eu gosto…” -, ou se você ainda cabe naquele biquini ou sunga dos 30 anos, sem estragos muito evidentes da lei da gravidade, agradeça à Mãe Natureza que se lhe foi generosa. Não obstante, o diabo é que, a partir de certa idade, é quase impossível escapar da solidariedade humana, que sobrexiste, mas para quem ainda não chegou lá, constrange.
É o cobrador do transporte que sugere que você não precisa passar na roleta – e não entende quando você agradece, afivela um sorriso no canto da boca para murmurar “ainda falta um pouquinho para chegar lá” -, e paga a passagem…
É a velhinha que enxerga em você uma colega e sugere, com uma piscadela cúmplice, que se valha da fila de prioridades, e você, educada e gentilmente, sorri e agradece, quase pedindo desculpas por ainda não ter tal direito…
É o motorista do táxi que não pode lhe prestar o serviço, mas resolve parar um carro para não deixá-la ao sol com o carrinho repleto de compras do supermercado… e, seguramente, não o faz por cavalheirismo, digamos.
Enfim, cest la vie, e ainda bem que vivas/os, lúcidas/os e saudáveis estamos.
Não sei quanto a vocês, mas Euzinha pretendo ficar um bom tempo por aqui, e com gosto me submeterei ao sacrifício de envergar um maiô para caminhar na praia…
***************************************
Bom, deixo a viagem na linha do tempo, para transcrever a peleja do direito contra o abuso. Liguem-se, pois, no exemplo:
Queridos amigos!