por Sulamita Esteliam
Na ressaca pós-17 de dezembro, e na antevéspera do fim do mundo invertido em 21, saboreem o atentado poético de Jomard Muniz de Britto, sempre generoso. Versos precisos a pontuar 12 imprecisões de dezembro, que consuma 2012, e consome a si, a nós e quiçás …

DEZEMBRO EM DOZE IMPRECISÕES
Jomard Muniz de Britto – jmb*
Uma: Não confundir nem consumir o desejo
impreciso com o indeterminismo de
causas e efeitos, coisas e desvios,
repetições e reinvenções.
Duas: Todos os sonhos da bossa nova aos
que desejam e sabem ouvir. Ver e fruir.
Três: NOSSA VIDA NUNCA MAIS SERÁ IGUAL,
mas diferenciadora. Entre ficções e
poeticidades, outro dezembro pelas ondas
sonoras do mar em dunas e montanhas.
Quatro: Pelo verso daquele ABRAÇAÇO,
imagine reverberações.
Pelo olhar do palhaço redegolado.
Pelo ETERNO MISTÉRIO da solidão em
solidariedade. Penúrias? Fulgores.
Pela inquietude das perversões.
CINCO: Estar não é ser triste.
Felicidade sim. Tristeza, porventura.
Precisamos de neuroses líquidas em
divertidas conversações analíticas.
SEIS: O IMPÉRIO DA LEI onde foi disparar?
Pará? Paranambuco? Paraibarroca?
Crueldade dos Imperadores em mal feitos.
SETE: UMA DAS COISAS MAIS LINDAS… da
natureza naturante em civilizações.
Queremos outros diálogos.
OITO: Anarquistas implodem paixões
em práxis. Práticas revolucionadoras.
Comunistas revivendo utopias em
di la ce ra men to. E disputas.
Suspeitos horrores democratas.
NOVE: CALÇADÕES ENCARDIDOS
MULTIDÕES APODRECIDAS:
sem voz nem gesto para nos ressalvar
da morte imprecisamente estúpida.
DEZ: Beleza exasperante. Câmeras atônitas.
Confins do mundo. A bossa nova é… fogo.
ONZE: Experimentais de séculos passados.
Vínculos da extemporaneidade.
ExperimentaDORES sempre.
DOZE: GAYANA em busca da delicadeza
perdida entre raivas, rumores
do grotesco ao sublime.
P.S. Leitores, poetas e performativos
da INTERPOÉTICA se liguem no ABRAÇAÇO
para identificar citações em caixa alta.
Imprecisamente.
Recife,12/12/2012
*atentadospoeticos@yahoo.com.br
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