A volta do cipó de aroeira…

por Sulamita Esteliam

Vem de Minas, presente da minha amiga-irmã, Eneida da Costa, digníssima presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, o artigo que posto abaixo. Vai direto ao ponto, e poderia ser assinado por esta reles escriba. Entretanto, sob a minha pena, poderia ser interpretado como racismo, conforme aludi em postagem sob a figura de Joaquim Batman Barbosa, ora presidente do STF, aqui no blogue, por ocasião das últimas eleições.

O chicote e o lombo

Eneida da Costa*
Joaquim Barbosa, ministro-presidente do STF -Foto capturada no Blog Reflexões
Joaquim Barbosa, ministro-presidente do STF -Foto capturada no Blog Reflexões

Joaquim Barbosa teve um choque de realidade. Recebeu a carta de demissão, sem direito a discurso elogioso do chefe, que passou os últimos dias bajulando. A mídia para quem protagonizou, ao vivo, em cores e sem corte, o show da Ação Penal 470. 

Superando o que Mac Luhan profetizou, teve seus minutos de fama. Dormiu acalantado pelos afagos dos capitães da velha mídia. Foi até capa da “Veja”, vejam só onde o menino preto e pobre foi parar.

Sentiu-se Batman, o invencível. Aquele que se safa de todos as armadilhas. Acreditou-se paladino. Afinal, ele tinha o amor e admiração da mídia. Foi ao paraíso, mas se esqueceu de colocar tampão de ouvido e caiu no canto da sereia.

Num episódio de rompante, perdeu as estribeiras. Foi do céu ao inferno. Convicto da sua blindagem, certo de ser amigo dos reis da imprensa, sentiu a traição quando um repórter do Estadão, logo do Estadão, aquele mesmo que informou sobre os hábitos mundanos do ministro, começou a xeretar sobre o uso do dinheiro público por Barbosa e seus pares.

Barbosa cometeu um ato contra o direito ao trabalho. Impediu o repórter de fazer seu trabalho e, o mais grave, atrapalhou o negócio dos seus, então, mais novos amigos. 
Barbosa teve um encontro antropológico com a casa-grande. Do alto da presidência do STF levou, como seus ancestrais escravizados, o chicote no lombo.

A elite canalha mandou o recado, seu papel no show da vida mudou. Você não é mais o cara que segura o chicote. Você não é Django Livre. Você é o negrinho atrevido que ousou entrar pela porta da frente da casa do sinhô. Mico de circo, seu número venceu. Se manca.

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