por Sulamita Esteliam

Ontem, perdi o bonde. Minha cabeça cabia o mundo. Em contraposição, os olhos vedaram o olhar para qualquer alternativa ao contato com o meu interior. Pensei em gripe, enxaqueca, virose qualquer. Nenhuma das, ou todas as, opções anteriores.
Um chazinho, de gosto horrível, um analgésico com relaxante muscular e cama, nos intervalos da lida, seguido de uma boa noite de sono. Parece ter sido o bastante. Acordei inteira, ou quase…
Creio que ando abusando da minha energia. E o organismo cobra. Afinal, como lembra meu companheiro, a propósito do meu ritmo cotidiano, já bati na casa dos 60. Recomendável debrear. Contraditoriamente, ele ainda me chama de “garota”.
E a propósito, Dia das Mães, que é todo dia, mas data comemorativa chegando, sempre é bom parar e refletir sobre nosso lugar no mundo. Refiro-me às mulheres, não apenas aquelas que decidiram parir – e Euzinha me incluo neste quinhão -ou que por um motivo ou outro deram a luz.
Aproveito para deixar aqui o meu abraço.
Todavia, cabe sempre nos perguntamos: será que somos aquilo que é propalado nas propagandas e novelas nas cores do arco-íris? Será que, nós pobres mortais, de carne e osso, glamour de menos e quilinhos a mais, olheiras e cabelos opacos merecemos a invisibilidade e a deformação que a mídia nos dedica?
O vídeo que posto a seguir foi produzido pela Agência Patrícia Galvão, e trata da imagem da mulher na mídia. Deveria ser tarefa de casa obrigatória para a mulherada, e homens de boa vontade. Indispensável para estudantes, sobretudo da área de Comunicação e, especialmente, da publicidade e propaganda.
Topei com ele em mensagem na Rede Mulher e Mídia, enviada por Mabel Dias, ativista de João Pessoa. A ideia é veiculá-lo na TV Cidade, TV Pública ligada à prefeitura da capital paraibana. Pena que não passa na TV aberta, único canal de (des) informação da grande maioria dos brasileiros e brasileiras.