por Sulamita Esteliam
Tenho alguns amigos chargistas, ilustradores, caricaturistas, quadrinistas. Um deles, com quem tenho trabalhado com regularidade nos últimos anos, costuma repetir que “o humor é politicamente incorreto”. Já tivemos alguns embates a respeito.
A pergunta que não quer calar é: há limites para sátira? Vale tudo em nome da arte e da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa? Vale destilar preconceito, racismo, homofobia, machismo, discriminação, agressão, violência, fundamentalismo, xenofobia?
No domingo, milhões foram às ruas de Paris e outras capitais europeias em protesto contra o ato terrorista que vitimou 12 pessoas do semanário Charlie Hebdo, dia 07. Inclusive o diretor e mais três chargistas da publicação. Os quatro estavam entre os maiores chargistas da França.
Outros atentados se seguiram, tirando a vida de mais franceses. E a comunidade europeia, naturalmente, está em pânico, temendo novos atentados.
A violência traduz a intolerância, e suscita o debate sobre essa tal liberdade, sua implicação sobre a vida das pessoas, das nações, da comunidade internacional.
É uma boa oportunidade de reflexão. Joe Sacco, quadrinista norte-americano, um dos maiores nomes do HQ mundial, por exemplo, questiona os limites da sátira: “Traços no papel são uma arma, e o objetivo da sátira é cortar no osso. Mas osso de quem?”
A Tal Mineira compartilha alguns textos que tratam do assunto, trazendo visões diferenciadas, para que você possa formar seu juízo de valor. Ou não.
Vale conferir. Boa leitura.
Somos todos o quê? – Saul Leblon/Editorial Carta Maior
Protestamos contra o terrorismo, não por Charlie – Gianni Carta/Carta Capital
O atentado ao Charlie Hebdo e a regulação da mídia – Mônica Mourão e Bia Barbosa/Intervozes-Carta Capital/blogs
Não confunda terrorismo com atentado à liberdade de imprensa – Luis Nassif/Jornal GGN
Charlie Hebdo: 21 líderes mundiais, que marcharam em Paris não são “amantes” da liberdade de expressão – Vinícius Gomes/Revista Fórum
Quem deve ser culpado pelo terrorismo islâmico – Andre Vltchec/Vi o Mundo
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