por Sulamita Esteliam
Duas fotos estampadas nas redes sociais nestas segunda e terça-feiras, chamam a atenção pelo para o achincalhe que preside as nossas instituições. E igualmente para o escárnio que gere as atitudes de certas autoridades constituídas, sob o aplauso dissonante da mídia venal, que se quer maestra.
A primeira é um flagrante registrado pelo deputado Ivan Valente (PSol-RJ) na abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional, na segunda-feira, 5, e postadas em seu perfil no Instagram.
Como se vê, o senador José Serra (PSDB-SP) pisa sobre o abaixo-assinado com milhares de assinaturas de brasileiras e brasileiros que discordam da contra-reforma da Previdência.
É desse jeito que a banda toca.
A iniciativa do PSol – de colher as subscrições, e de espalhar as páginas pelo chão do Congresso, para mostrar o tamanho do repúdio a mais essa degola de direitos dos trabalhadores brasileiros – faz a diferença.
A segunda foto é uma coleta de manchetes do PIG, com as decisões do sistema judiciário brasileiro, que favorecem os de sempre, inclusive o distinto Serra. Está postada na seção O Essencial do DCM. Dispensa comentários.
Sugiro que você que me lê, gaste um pouco mais do seu tempo para degustar o que escreve o jornalista Luís Nassif sobre o Xadrez da grande manipulação da Lava Jato.
Tem de tudo, literalmente. De falsificação de extratos bancários de bancos no exterior à conhecida pressão da República de Curitiba sobre delatores para entregarem Lula e Dilma, à inconsistências e críticas da própria Polícia Federal, em Brasília, sobre os furos dos processos.
De reclamação da PF da capital federal sobre retenção de informações essenciais pela Procuradoria Geral da República à capitulação dos procuradores da Lava Jato ante a própria incapacidade de acessar os sistemas da Odebrecht, cujo acesso negaram à defesa de Lula, por não deterem a chave redentora.
O post é longo, embora resuma publicações anteriores da série Xadrez do GGN, algumas delas reproduzidas aqui no A Tal Mineira.
Eis o trecho conclusivo, como aperitivo para estimular o clique para a íntegra:
“(…)
Peça 13 – as narrativas possíveis
Confirma-se, assim, a narrativa mais óbvia para essa série de patacoadas, antecipada há alguns meses pelo GGN.
1. A Lava Jato obrigou os delatores da Odebrecht e delatar Lula. Era a condição essencial para a delação ser aceita.
2. Como delação tem que apresentar provas, e como não existiam as provas do que diziam, recorreram à falsificação dos extratos do Banco Meinl e do sistema de conversas do Drousys.
3. O fator Tacla Duran implode a manipulação forjada.
4. Sem ter como explicar, destroem-se às provas.
Uma segunda hipótese é a seguinte:
- Ao abrir a My Web Day, a força tarefa constatou que havia provas que envolviam políticos aliados, membros do Judiciário, do TCU e do próprio MPF.
- Em vista disso, decidiu destruir às provas, ainda que à custa de perder parte relevante das acusações contra Lula.”
O resumo da ópera está num tuíte do colega Xico Sá sobre o arquivamento do processo contra o pernambucano Romero Jucá (PMDB-RO), após 14 anos de tramitação no STF.
Escreve o cronista cearense, inspirado em frase do próprio Jucá: “Com o Supremo até o talo, com tudo”.
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Postagem revista e atualizada dia 07.02.2018 h, hora de verão: correção de erros de digitação e de gramática em diferentes parágrafos. Com as minhas desculpas.