Serenidade e altivez, as armas de Haddad para o antijornalismo Global

haddadjn4“27 minutos de entrevista, 16 com perguntas e interrupções de Bonner e Renata, 60% do tempo. Haddad teve 11 minutos. Bonner, 53 interrupções, Renata 19.” 

A conta não é minha, é do colega Bob Fernandes, comentarista político da TV Gazeta, no Twitter. Ele chama a atenção para a grosseria da dupla de apresentadores, que confunde contundência com falta de educação.

O comportamento antiprofissional se limita, naturalmente, aos candidatos renegados pelo patrão; com Haddad foram 62 interrupções. Mas com o ex-governador de São Paulo, por exemplo, falam fininho; Alckmin foi interrompido apenas 17 vezes pelos mosqueteiros dos filhos de Roberto Marinho, manietados pelo capataz Ali.

No entender desta escriba, há muito, Bonner, Renata & cia abdicaram da condição de jornalistas. Alçados à condição de estrelas, são reféns da vontade do patrão e do contracheque. Gargantas de aluguel, regiamente azeitadas. Outros nem isso e nem tanto.

Destarte, sou obrigada a concordar com o deputado do PSol, Jean Wyllys, que também é colega de profissão, em artigo no Jornal GGN

“O que o Jornal Nacional fez hoje (sexta, 14) com Fernando Haddad deveria ser estudado nas faculdades de jornalismo para ensinar como não se faz uma entrevista.”

Assisti ao que pretendia ser uma massacre da Globo sobre o candidato do PT à Presidência da República na sala de visitas da casa de sobrinhos. Um olho no peixe, outro no gato. Nessas situações me salva a concentração difusa.

O suficiente para perceber que Fernando Haddad, Tranquilão, encarou com serenidade, firmeza e altivez seus atacantes.

A começar pelo “Boa-noite, presidente Lula!”, que acontece na Vigília Lula Livre em Curitiba há 161 dias, sem que a Globo cumpra seu papel de reportar. Pois, desta vez, foi  para milhões de olhos e ouvidos ligados na telinha, até avessos como esta reles blogueira.

Sem perder a classe, sem sair do tom, mas sem pedir arrego, devolveu a eles o lugar que lhes pertence: o de porta-vozes do golpismo.

Quando questionado sobre corrupção, botou os pingos nos is, lembrando que foram os governos petistas que deram autonomia e recursos para que a Polícia Federal e o Ministério Público pudessem fazer seu trabalho.

Quando tentaram enlamear o nome da presidenta Dilma, rebateu que ela não é ré e lembrou que “a Globo também é investigada.” Bonner devolveu dizendo que fala de “administração pública”. Aí, levou um lacre para deixar de ser distraído: “A Globo é concessão pública”.

“Não vai ficar pedra sobre pedra”, disse a presidenta, a legítima e única, antes de encestarem o golpe. Memória é para ser usada.

Em dado momento, Renata vem em socorro de Bonner, quando Haddad desconhece a interrupção agressiva:

– Bonner está satisfeito com sua resposta, candidato.

– Mas eu não estou. Quando é sua honra que está em jogo você decide, quando é a minha, eu decido.

Menino bom, esse Haddad!

Compartilho os melhores momentos, selecionados pelo sítio da campanha O Brasil Feliz de Novo:

Sobre corrupção

Sobre capacidade de gestão

Sobre por que foi escolhido por Lula

No minuto final, o resumo da obra: “O povo é a solução. Vote 13!”

A íntegra do embate

Haddad saiu dos estúdios da Globo para ato na Cinelândia, no centro do Rio, que reuniu milhares para ouvi-lo, e à Manuela D’Ávila, a filósofa Márcia Tilburi, candidata do PT ao governo do Rio e outros candidatos da coligação O Brasil Feliz de Novo às eleições gerais de 7 de outubro, como o senador Lindbergh Farias, que busca a reeleição.

Em poucas palavras, o ungido por Lula para a disputa presidencial resumiu o porquê do destempero global. Pincelo alguns trechos do discurso. Assista à íntegra no vídeo ao pé da postagem.

“Queriam um Brasil parecido com Miami, mas com uma senzala à disposição deles. Mas não, a gente não quer mais um Brasil com Casa Grande e Senzala.”

“Mas eu acho que eles mexeram com o cara errado, mexeram com o partido errado, mexeram com o povo errado.”

“Todos sabemos que Lula seria eleito no primeiro turno. Seria a primeira vez entre todas as vezes que chegamos à presidência. E isso depois de tudo que passamos.”

“Lula resolveu entrar em campo com o time dele. Que somos nós. Mesmo preso, o Lula encarna uma ideia, um projeto, um time.”

“Em três dias de campanha, a gente chegou ao segundo lugar. Faz 72 horas que a nossa chapa foi oficializada e já chegamos ao segundo lugar.”

 

Com os sítios: obrasilfelizdenovo, lula.com.br, pt.org.br

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