por Sulamita Esteliam
Sei, é Dia dos Pais, ainda. Todos os dias são dias de se celebrar algo ou alguém. Deixo meu abraço a todos os pais que honram o papel, a todas as mães audazes que exercem dupla atuação.
E abro espaço para um poema de um pai em tempos de pandemia fora de qualquer controle: o amigo jornalista, escritor e poeta militante recifense, Marcelo Mário Melo.
Contamos 101 mil mortos neste domingo, 9 de agosto em mais de 3 milhões de infectados. E o titular da nação, aquele que usa o cargo para proteger os próprios malfeitos e as falcatruas de suas crias, celebra a vitória do Palmeiras sobre o Corinthians pelo Brasileirão.
É o caso de perguntar: Pai, tu nos abandonaste!?
Com vocês…
MÉDIAS E TAXAS
por Marcelo Mário de Melo
A média móvel das mortes
mortes em alta
mortes em baixa
média de mortes diárias.
A taxa de contaminação.
Onde está a mina?
Onde mina a ação?
Taxa de testagem
taxa de contaminados
taxa de sobreviventes.
Taxa de contaminados
em filas e transportes públicos.
Taxa de mortes em filas de espera
por um leito de UTI
uma ambulância
um avião.
Taxa de desatendimento
e agravamento
de doenças anteriores
nas filas do SUS
e taxa das mortes decorrentes
Taxa de lucro
dos produtores de álcool-gel.
Taxa de lucro dos banqueiros
manipulando
empréstimos emergenciais
com recursos públicos.
Taxa emergencial de corrupção.
Taxa de aproveitamento
político e eleitoral
do auxílio emergencial.
Sobretaxa
de racionalidade e paciência
para tocar a bola
lembrando da gripe espanhola
até o velho “novo normal”
tão tradicional
desde os tempos
do escravismo colonial.
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