por Sulamita Esteliam
Inigualavelmente Diva, salve, salve! Elza Soares, a mulher do fim do mundo é eterna. Está encantada. Foi juntar-se ao seu grande amor, Garrincha, que se foi também em 20 de janeiro, há 39 anos.
O Universo é caprichoso!
A Voz do Milênio jamais se calou, e não se calará. Está dentro de cada mulher preta e favelada que não se envergonha de ser quem é.
Ela gritou por esse direito. E sempre estimulou as mulheres a fazerem o mesmo:
– Grite! Toda mulher tem que gritar. Não se cale!
Elza Soares dizia que começou a cantar quando viu que perderia mais um filho para a fome; era o segundo e ela só tinha 13 anos. Armou-se de coragem, se inscreveu e foi para o programa de calouros do Ary Barroso, na Rádio Tupy.
Quase androjosa, com a roupa da mãe ajustada com alfinetes, o compositor-apresentador perguntou a ela:
– De que planeta você veio, menina?
– Eu vim do planeta fome.
A mulher do fim do mundo nasceu para lutar, brilhar e horrorizar. Viveu intensamente, criou, transgrediu, guerreou, encantou. Encantou-se, aos 91 anos, entre os seus, naturalmente.
Ela sempre disse que queria cantar até o fim. E cantou. Há dois dias terminou de gravar seu último DVD.
Seu empresário conta que hoje ela acordou bem, fez fisioterapia, e depois pediu para descansar. Então, disse a familiares:
“Acho que vou morrer…”
Menos de uma hora depois, fechou os olhos e se foi, serenamente, sem pedir licença. Nas palavras de seu empresário: “Desligou-se!”
Descanse em paz, diva-guerreira!
Para sempre, obrigada, Elza Soares.
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Fontes requisitadas
G1-Rio de Janeiro
CNN Brasil
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