Patacoada, Brasil!

por Sulamita Esteliam

O senso do ridículo não é prerrogativa do ser que desserve o país, aboletado na cadeira presidencial. O que ele quer, na absoluta incapacidade de governar já demonstrada, e na previsível derrocada eleitoral, é manter-se no noticiário, com bravatas de golpes que na verdade não tem sustentação para executar. Patacoada.

Essa história de golpe já fedeu, e ninguém achou graça. Mas em qualquer democracia do mundo, menos nos Estados Unidos, naturalmente, o arremedo de Trump estaria enquadrado no rigor da lei: crimes de irresponsabilidade. Lá também foram tolerantes com as tentativas golpistas.

O problema é que, em Pindorama, o remendo, o vice, é tão ruim quanto o soneto.

Talvez esse fato, inegável, explique a lassidão, a desídia das instituições diante do abuso de atos, omissões, afrontas, abusos e mentiras propagados a rodo. Discursos mansos diante dos ataques à cidadania, à democracia.

Do tipo:  “A besta é ele. Nós somos os legalistas equilibrados”; mas nem tanto.

Nas palavras do cientista político Luís Felipe, -rofessor da UNB, em comentário em seu perfil no Facebook:

“Bolsonaro fez um circo em Brasília para anunciar sua intenção de dar um golpe. Segundo especialistas, cometeu pelo uma meia dúzia de crimes.

O presidente do TSE disse estar na hora de um “basta”.

Na verdade, já passou da hora, e muito. As cortes precisam parar de falar “basta” e começar a usar os dispositivos legais existentes para punir a pregação golpista.
(Alguns jornalistas interpretaram a presepada como tentativa de angariar apoio internacional a um futuro golpe. Acho que improvável que algum diplomata, por mais mequetrefe que seja, tenha se impressionado com aqueles slides mal ajambrados. É mais provável que o objetivo tenha sido fazer sua base fanatizada acreditar nesse possível apoio internacional.)”

Patacoada eleitoral - Luis Felipe Miguel

O presidente do TSE, ministro  Edson Fachin, sobre o vexame oficial da Presidência do Brasil diante de comunidade de embaixadores:

“Em meio a um debate desvirtuado e a um clima comunicativo adoecido, recusemos a cólera. Vamos promover diálogos racionais e ponderados, e propiciar que todos os candidatos possam apresentar as suas ideias.

(…) O debate eleitoral deste ano vem sendo achatado por narrativas nocivas que tensionam o espaço social, projetando uma teia de rumores descabidos, que buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”.

Fachin valeu-se do lançamento de campanha contra a desinformação, lançada pela OAB Paraná, e convocou a sociedade civil a se mobilizar para defender o processo democrático, “fundado na verdade, nas Eleições Gerais 2022”.

A lembrar que a Justiça Eleitoral mantém acordo com a OEA – Organização dos Estados Americanos para a observação das eleições, renovado em abril deste ano.  É praxe.

E como as redes não perdoam, está cravada a expressão do ano: “Mentiroso da República”

           https://twitter.com/crisvector/status/1548996465007149056?ref_src=twsrc%5Etfw

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