por Sulamita Esteliam
O senso do ridículo não é prerrogativa do ser que desserve o país, aboletado na cadeira presidencial. O que ele quer, na absoluta incapacidade de governar já demonstrada, e na previsível derrocada eleitoral, é manter-se no noticiário, com bravatas de golpes que na verdade não tem sustentação para executar. Patacoada.
Essa história de golpe já fedeu, e ninguém achou graça. Mas em qualquer democracia do mundo, menos nos Estados Unidos, naturalmente, o arremedo de Trump estaria enquadrado no rigor da lei: crimes de irresponsabilidade. Lá também foram tolerantes com as tentativas golpistas.
O problema é que, em Pindorama, o remendo, o vice, é tão ruim quanto o soneto.
Talvez esse fato, inegável, explique a lassidão, a desídia das instituições diante do abuso de atos, omissões, afrontas, abusos e mentiras propagados a rodo. Discursos mansos diante dos ataques à cidadania, à democracia.
Do tipo: “A besta é ele. Nós somos os legalistas equilibrados”; mas nem tanto.
Nas palavras do cientista político Luís Felipe, -rofessor da UNB, em comentário em seu perfil no Facebook:
“Bolsonaro fez um circo em Brasília para anunciar sua intenção de dar um golpe. Segundo especialistas, cometeu pelo uma meia dúzia de crimes.
O presidente do TSE disse estar na hora de um “basta”.
“Em meio a um debate desvirtuado e a um clima comunicativo adoecido, recusemos a cólera. Vamos promover diálogos racionais e ponderados, e propiciar que todos os candidatos possam apresentar as suas ideias.
(…) O debate eleitoral deste ano vem sendo achatado por narrativas nocivas que tensionam o espaço social, projetando uma teia de rumores descabidos, que buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”.
Fachin valeu-se do lançamento de campanha contra a desinformação, lançada pela OAB Paraná, e convocou a sociedade civil a se mobilizar para defender o processo democrático, “fundado na verdade, nas Eleições Gerais 2022”.
A lembrar que a Justiça Eleitoral mantém acordo com a OEA – Organização dos Estados Americanos para a observação das eleições, renovado em abril deste ano. É praxe.
E como as redes não perdoam, está cravada a expressão do ano: “Mentiroso da República”
https://twitter.com/crisvector/status/1548996465007149056?ref_src=twsrc%5Etfw