por Sulamita Esteliam
Dividi uma garrafa de vinho, um carmenere argentino, com o maridão para celebrar mais um ano do meu primogênito e único filho homem, que chamo de Elgui, e pari aos 21 anos. Estou, aqui, pingando de sono, e doida por um banho depois da caminhada tardia – antes do vinho.
Mas, “é preciso ter força, é preciso ter garra, sempre”, para garantir o sonho… pois a campanha eleitoral está no ar, e precisamos resgatar o Brasil na longa noite trevosa em que ele se meteu, desde o golpe que apeou a primeira mulher presidenta da República deste país.
Nesta sexta, Lula estará na legendária Praça da Estação, no primeiro comício conjunto com Eduardo Kalil, candidato ao governo de Minas pelo PSD, partido coligado. Em 1989, Euzinha estava lá com minhas então três crias, apesar da chuva torrencial que se abateu sobre a cidade. Inesquecível.
Ontem, terça-feira, me emocionei às lágrimas com a aula aberta na USP – Universidade de Sâo Paulo, com as presenças de Lula e Fernando Haddad, candidato ao governo daquele estado pelo PT. Na sequência da atividade de abertura da campanha, pela manhã, que reúniu milhares na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo, como nos bons tempos do Lula sindicalista.
Foi um turbilhão de emoções. As falas da filósofa Marilena Chauí e da arquiteta urbanista Ermínia Maricato, sobretudo, e mais a potência da professora e geóloga Adriana Alves, diretora de Gênero, Relações Étnico-Raciais e Diversidades da Pró-Reitoria de Inclusão e pertencimento.
Adriana falou sobre “as pedras no caminho da democracia”, e o racismo estrutural, que inclui os povos indígenas massacrados desde a invasão e os negros e negras traficados e escravizados, certamente. é a maior delas.
Antes dela, Ermínia Maricado lembrou que em 40 anos de USP, ela teve um colega e um aluno negro. Hoje são 80 pessoas negras só na Faculdade de Arquitetura. Resultado da política de cotas implementada nos governos Lula, com Haddad no Ministério da Educação.
Primeira a falar, dentre as mestras, Chauí pôs o dedo na ferida nacional: descreveu as características do covarde, medroso, e por isso cruel e cînico. Sem citar nomes, lembrou que a covardia gera a crueldade e o cinismo como forma de governo. E conclamou os jovens a rasgarem o tecido do mal para fazerem nova tecelagem: “Vocês são capazes”.
Aqui a cobertura do lula.com.br
Deixo o vídeo na íntegra, que fala por si. Vale à pena cada frame das duas horas e onze minutos de transmissão, mas a fala das três mulheres, a última delas negra, estão nos primeiros 40 minutos; depois vêm Haddad e Lula, os convidados da aula-ato: