por Sulamita Esteliam
Drummond faria 110 anos neste 31 de outubro – dia das bruxas, do Saci e de outros seres transcendentais. Minha primeira sogra, naturalmente mineira – “existe ex-marido, sogra é para o resto da vida”, prega dona Nilza – colhe 89. Pediu, e ganhou, de presente uma visita ao “Pai Eterno”. Não se iludam, ela não pretende encantar-se tão cedo: refere-se ao Santuário do Pai Eterno em Caldas Novas, terra das águas quentes em Goiás, me contam dois cúmplices do trio de neto e netas que lhe concedi.
Hoje é o Dia D, me avisa o amigo jornalista e poeta Carlos Barroso, pelo correio eletrônico: instituído, há dois anos, em homenagem ao jovem-Poeta-Maior-brasileiro. Barroso está de corpo, alma e pena na celebração drummondiana: publica Descarlos – Dez Poemas Roçando a Perna de Drummond. “Textos verbo-visuais” na mineira Germina Literatura.
Vale, demais, conferir. Aí vai uma palinha:
PARA NÃO DIZER DE MINAS
Minas não há mais
a mim não há tudo
***
Minas vai enraizar
flores em meu dorso nu
lo
***
Minas limite
de mim
Miguilim poema
ou mágica
***
Minas é barricada
do silêncio
contra o nada
***
Minas não faltará
em seu túmulo que clama
mundo
***
Minas é apenas o mar
onde está
a pedra que rola
o futuro
[1980]
*** A sinalização não integra o visual do poema; é artifício do blogue para respeitar a separação das estrofes.
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E, no Facebook, me deparo com o convite de lançamento do nº 357 do Cometa Itabirano, edição totalmente dedicada ao Poeta. Todo outubro é assim, desde 1979, destaca o editor Marcelo Procópio – amigo desde os bancos da faculdade, e parceiros em pousos jornalísticos em diferentes naves – inclusive no pasquim mineiro, que alçou voo sob as bençãos de Carlos Drummond de Andrade, há muito mais de 30 anos.
A imagem acima, ao contrário do que disse na postagem original, não é parte da edição-homenagem, escrita e desenhada por jornalistas, escritores, cartunistas, professores da melhor cepa. E mais um autobiografia de Drummond, escrita em 1944 para a revista Acadêmica.
Sim, o lançamento: no Clube Mineiro da Cachaça – Rua Mármore, 373, no lendário Bairro de Santa Tereza, a partir das 20:00 hs.
PS: Pós-postagem, recebo do amigo Procópio o mimo da edição em PDF, e compartilho a capa: só pra dar água na boca e comichão de ler e, por que não, assinar: cometa@gmail.com/.
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Para fechar o Dia D Carlos, a exégese de Jommar de Brito, poeta pernambucano, que tem honrado este blogue com seus atentatos poéticos de primeira grandeza.
de CARLOS DRUMMOND aos DRUMUNDANOS
Jomard Muniz de Britto, jmb
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Revista e atualizada às 20:12 e às 20:34, hora do Recife.

