por Sulamita Esteliam

Se a mim fosse dado o poder da duplicação do corpo e mente, este fim de semana estaria em dois lugares, especialmente: em Diamantina, onde acontece, desde ontem o fHist 2013 – Festival de História, e amo História; e em Garanhuns, onde o Flist leva literatura em múltiplas formas para a gente local e quem mais chegar.
Na juventude, costumava dizer que iria envelhecer em Diamantina, tal a paixão que tenho pela cidade, cujo mercado é uma das fotos do painel que emoldura este blogue. Creio que preciso me apressar, se pretender cumprir meu desejo.
Conheci a trabalho, e lá voltei algumas vezes por essa via. A passeio, simplesmente, duas ou três vezes, a última num Carnaval de fartas memórias. Há coisa de 25 anos.
O fHist, evento com a assinatura do Ministério da Cultura, via incentivo cultural, está em sua segunda edição – clique para ver o que rola; a primeira foi em 2011. É uma sacada genial do meu amigo Américo Antunes, filho da terra e parceiro desta escriba em jornadas profissionais, sindicais e políticas, anos atrás.
Por essas convergências da vida, minha filha Carol é coordenadora de produção da empresa contratada para a produzir o evento, a Polo BH. Na terça à noite ela me ligou: “Estou em Diamantina e me lembrei de você”. E a cada velho amigo meu que ela encontra, e se reconhecem e/ou se apresentam, recebo uma mensagem. Tudo isso me aquece o coração.
O Universo é deveras caprichoso…
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Garanhuns ainda não conheço. Vim para o Nordeste para fugir do frio, mas num verão desses vou lá conferir a joia pernambucana, tomar um banho de cachoeira, e ficar com mais saudades de Diamantina.
Mas meu desejo de estar lá se deve a uma amiga querida, a poeta, atriz, declamadora, professora e blogueira Márcia Maracajá, de quem já falei, várias vezes, aqui no blogue. Pois Márcia hoje apresentou sua performance O Desapego do Bolo e do Vestido de Noiva no festival. E repete a dose às 10:30 horas deste sábado – na tenda da GRE Agreste Meridional.
Tive o privilégio de assistir a uma apresentação, ano passado. Foi durante a Mostra PE 9, evento produzido pelo grupo Nós Pós com incentivo do Funcultura, e para o qual fui gentilmente convidada, via Márcia Maracajá – a edição 10 está no ar Recife a fora.
O espetáculo é um monólogo sobre a identidade feminina. É impactante. No Flist sofre adaptação e se transforma em diálogo com a participação de Eliane Simões, da Coordenadoria da Mulher de Garanhuns e da professora Márcia Félix, da UAG-URPE.
Este sábado começa com a pulverização de poemas nas árvores da cidade: Um Poema em cada Árvore é o nome da ação que estimula a criação de uma rede de poetas – mais aqui. Claro que Marcita lá estará, em companhia da irmã, Mirna Maracajá, ilustradora de livros infantis.
Resta-me emanar bons fluídos, porque sucesso ela já é, elas já são.
Confiram o poema com a marca da moça, que capturei no blogue Márcia Maracajá:
Feminina ou feminista?
Feminina ou feminista?
Não me cabe definir
Nem sequer o espelho
Sabe dizer de mim
Tem dias que sou a moça
Que aprecia um agrado
Um elogio, um cuidado
Piso leve, sem esforço
E as pessoas ao redor
Olho no olho sem temor
Toco a alma, quando posso
Ouvir de outra mulher
Crítica, mau-dizer e
Qualquer coisa de maldade
Daqueles brabos do mato
Quando se trata de olhar
Para o outro com cuidado
Em matéria de igualdade,
De respeito, luta, paixão
Eu me armo com vontade
E nesta minha liberdade
Com a pena em punho
Tenho Deus de testemunho
Por força da criação
E sou então o caldeirão
Gesto com prazer este dom
Só posso falar deste amor
Que me escorre pelas mãos
É minha base, alimento
Sou homem
Sou rebento
Sou ser Hermano
E poesia em doação.
Sula, vamos organizar sua vinda em grande estilo, viu?!
Amo-te!
Grande estilo é muito, Marcita. Qualquer dia desses a gentes esbarra por aí… Amo-te mucho, tbm.