por Sulamita Esteliam

Difícil escolher o assunto para escrever hoje, e não é por escassez. Então, opto por falar sobre a Petrobras, e compartilhar a entrevista que Paulo Henrique Amorim fez com Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal, para o seu Conversa Afiada.
Importante ler e/ou escutar com atenção para entender o que se passa com a nossa empresa-vital, alvo de um processo de desmonte. Com evidentes repercussões no nível de emprego e do desenvolvimento do Brasil. A quem interessa o desmantelo? Certamente não à população brasileira.
Tudo começou com o caso Passadena, há cerca de um ano A crise se agravou mais recentemente com as denúncias de corrupção envolvendo uma das diretorias e gerências da empresa. A partir, diga-se, do vazamento seletivo de depoimentos fruto de delação premiada de ladrões confessos na Operação Lava-Jato, alguns dos quais já tiveram acento na direção da empresa.
Aliás, sobre Passadena, exatamente nesta quarta, 11, a Petrobras colheu a primeira boa notícia do ano no que toca ao bombardeio, com óbvias motivações políticas e econômicas, de que vem sendo alvo.
O TCU – Tribunal de Contas da União, por maioria de votos dos seus ministros, resolveu isentar a ex-presidenta Graça Foster do bloqueio de bens pelas irregularidades que teriam havido na compra da refinaria nos Estados Unidos. A isenção alcança, também, o ex-diretor da Área Internacional da empresa, Jorge Zelada.
A refinaria, note-se, produz a todo vapor e dá lucro, segundo o próprio Gabrielli assegura em sua defesa junto o TCU.
Na entrevista a PHA, o ex-presidente da Petrobras afirma que a corrupção na empresa, investigada pela Operação Lava-Jato, não ocorreu dentro da Petrobras, mas na relação das empreiteiras com seus fornecedores e o doleiro de plantão.
Gabrielli esclarece ao Conversa Afiada (posto o vídeo mais abaixo) o processo da ilegalidade cometida pelo diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, definido por ele como “operador da relação das empresas coma Petrobras”, e o gerente de Engenharia Pedro Barusco. Ambos são ladrões confessos, além de delatores.
Segundo ele, só a investigação policial pode esclarecer o que foi e como aconteceu, pois – reitera o que já disse em entrevista anterior à revista Carta Capital, mês passado – os procedimentos internos da Petrobras são coletivos, e seguem estritamente os parâmetros legais.
Parâmetros, aliás, definidos ainda no governo FHC, sob cuja gestão se deu o início da negociata, e pela Advocacia Geral da União, chefiada à época pelo meretíssimo Gilmar Mendes, hoje ministro do STF.
Leia a íntegra da entrevista
Assista ao vídeo:
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PS*: Passei o dia na rua, e só tive notícias do acidente no navio-plataforma da Petrobras em Aracruz, no Espírito Santo, tarde da noite, depois desta postagem: exatamente quando ia desligar o computador e vi que havia comentários a aprovar. Uma leitora, amiga jornalista, me informou.
Houve uma explosão na casa de bombas, por volta das 12:50 horas, que resultou em três mortos e 10 feridos, dentre os quais um filipino. Muito triste.
Havia 74 trabalhadores a bordo na hora do acontecido, segundo a ANP – Agência Nacional de Petróleo. Seis funcionários estão desaparecidos, e há expectativas de que estejam numa sala não atingida pela explosão, e sem poder se comunicar, já que o navio-plataforma está sem energia.
As buscas estão sendo feitas pelo pessoal da Secretaria Estadual de Segurança e pelos bombeiros e seguem madrugada adentro.
* Atualizada com informações da Agência Brasil e do G1, às 23:50, hora do Recife.
Tristes tempos, querida Sula. Ando aqui preocupada com o rumo das coisas. Não sei onde isso vai parar. E, como nada está tão ruim que não possa piorar, acontece aquela explosão na plataforma da Petrobras, no Espírito Santo.