por Sulamita Esteliam
Passei tarde e boa parte da noite enrolada com uma série experimentações para mudanças na cara do A Tal Mineira, que completa 5 anos nesta sexta-feira, 11 de setembro. Mesmo com o auxílio luxuoso da minha caçula, Bárbara, acabei retardando o horário de chegar ao blogue.
E este é o dia em que Gilmar Mendes, o “supremo” ministro, como o define a colega Cynara Menezes, do Socialista Morena, saiu de cima do processo sobre a constitucionalidade do financiamento privado de campanhas políticas.
Não por acaso, um dia após a Câmara reaprovar a lei ordinária que mantém o procedimento, derrubado semana passada pelo Senado. Artimanhas de Eduardo Cunha e seus miquinhos adestrados.
O ministro estava sentado sobre o processo há um ano e cinco meses, quando pediu vistas. Àquela altura, a maioria dos seus pares já havia votado para acabar com a farra. A reabertura da votação está prevista para o dia 16. A conferir.

Entretanto, o prato preferencial da mídia nativa, desde ontem, é o tal rebaixamento do Brasil pela empresa de classificação de risco a S&P. Sopa requentada.
Sim, a S&P é aquela mesma, agência de reputação duvidosa lá, mesmo, no mercado e na Justiça estadunidense.
Para não avançar sobre o o dia seguinte, compartilho artigo de Jeferson Miola a respeito, publicado em Carta Maior. Jeferson integra o Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre, e coordenou o 5º Fórum Social Mundial.
Sobre o assunto, vale ler, também, a entrevista da presidenta Dilma Roussef, ao jornal Valor Econômico – clique para ler a análise dos principais trechos por Fernando Brito, no Tijolaço.
O ex-presidente Lula também falou sobre o assunto. Diretamente da Argentina, onde recebeu dois títulos de doutor Honoris Causa, e teve UPA inaugurada com seu nome, dentre outros compromissos.
Ao artigo:
O rebaixamento é um alívio para o governo
O governo deveria aproveitar a oportunidade para refundar a política econômica, liderando um chamado nacional para a retomada do desenvolvimento.
Jeferson Miola
O rebaixamento da classificação de crédito do Brasil é, naturalmente, uma notícia incômoda para o governo. Mas também é um fator de alívio, como aquele espinho minúsculo encravado no pé e que, uma vez removido, permite caminhar sem mancar.
A oposição e a mídia oposicionista, compreensivelmente, fazem um escarcéu; pintam o fim do mundo; tratam como a escala no purgatório da passagem para o inferno.
A vida real e terrena, entretanto, não condiz com esse alarmismo. O carnaval político-midiático serve apenas para desestabilizar ainda mais o ambiente político-institucional e para assanhar a insaciável orgia especulativa. E é pretexto para a agitação golpista do impeachment.
Nem uma besta cairia na esparrela da “revoada incontrolável” de investidores e investimentos sérios para fora do Brasil. Qualquer ser humano em estágio elementar de consciência sabe que a saúde macroeconômica do Brasil é muito maior que esta dificuldade momentânea – só em reservas cambiais, são mais de 370 bilhões de dólares. O Brasil está longe da tragédia alardeada pelos cínicos que, quando governaram, não conseguiram elevar a classificação do país para nação com grau de investimento, como Lula logrou fazer em 2008.
O rebaixamento é um fator de alívio da pressão política; com ele, desaparece a espada de Dâmocles que chantageia o governo com a ameaça da perda do grau de investimento.
O rebaixamento é a última profecia da crise econômica provocada pela agenda e pelo discurso do ajuste que não conseguiu, aliás, entregar nenhuma das suas promessas: a inflação subiu, os juros são pornográficos, o desemprego é crescente, a economia paralisada e contraída, a arrecadação em queda, desinvestimento, PIB negativo e, agora, caída para o grau especulativo.
A notícia do rebaixamento, neste sentido, encerra o ciclo de surpresas econômicas. É a última novidade bombástica que faltava surgir. O repertório do debate político, daqui em diante, será a redundância dos problemas econômicos bem conhecidos.
O governo chegou, finalmente, no pior lugar que poderia ter chegado. A partir de agora, o preço a pagar e o castigo político terá pouca variação. A popularidade do governo será idêntica com um déficit orçamentário tanto de 0,5% como de 1%, 2% ou de 3%.
Para a estabilidade política e institucional, entretanto, é preferível suportar um déficit administrável no curto prazo, do que cortes nos orçamentos obrigatórios das áreas essenciais. O comprometimento das verbas do SUS, do FIES, Bolsa Família, MCMV, Pronatec, Prouni, emprego etc, lançará o governo em rota de colisão contra o principal pilar da sua legitimidade, justo no momento que necessita apoio popular para frear a marcha golpista.
A continuidade da recessão, a piora das condições de emprego e cortes nas áreas sociais poderá comprometer a legitimidade da presidente Dilma e a capacidade de resistência popular para a preservação do seu mandato legítimo.
Há um estoque de remédios eficientes para combater o déficit orçamentário. Um deles, por exemplo, seria a tributação justa de 71 mil ricaços que retêm R$ 1,2 trilhões de patrimônio líquido e que desfrutam da isenção de imposto de renda concedida pelo FHC em 1997. Dessa fonte, viriam aproximadamente 80 bilhões de reais por ano.
No Brasil, a tributação de grandes fortunas e heranças é ridícula. Se fosse equiparada à média da praticada na maioria dos países do mundo, geraria outros 40 bilhões de reais.
Outro remédio seria a cobrança da dívida ativa de mais de 1,4 trilhões de reais devidos ao erário por empresas e sonegadores que abusam de filigranas jurídicas de um sistema legal que favorece a privatização do Estado através da sonegação e da corrupção.
Um quarto medicamento poderia ser oferecido pela Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário. Essas instituições, tão céleres e contundentes na Lava Jato, poderiam proceder identicamente na chamada Operação Zelotes, que investiga o sistema de corrupção engendrado por grupos empresariais e de mídia com funcionários do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda. O erário poderia recuperar, por aí, os R$ 19 bilhões [três vezes o montante da Lava Jato] que, estima-se, foram sonegados mediante o pagamento de propinas.
Antes de cortar gastos sociais, o governo dispõe de várias alternativas para enfrentar o desequilíbrio transitório das finanças. A austeridade não é um remédio, mas um veneno que agrava o ciclo vicioso da economia.
O governo deveria aproveitar a oportunidade para refundar a política econômica, liderando um chamado nacional para a retomada do desenvolvimento com medidas concretas de estímulo à produção, ao consumo, ao emprego, aos investimentos e à recuperação econômica
Minha Amiga-Irmã Mineiribucana Sulamita Esteliam,
Gostei do novo visual/roupa do Blog.
Mais leve, atraente.
Neste belíssimo céu azul de sua Boa Viagem, iluminado não apenas pelo sol, mas, sobretudo, por esses seus sorriso/olhar de estrela de um brilho sincero, autêntico, cidadão, ético.
Precisamos de muitas Sulamitas para nos contrapor àquela “jornalista” húngara, cínica, indecente e sem ética, que distribuiu pontapés de ódio e preconceitos contra crianças e velhos imigrantes vítimas de políticas econômicas das elites mundiais que esmagam as populações mais pobres do Mundo.
Precisamos de muitas Sulamitas para nos contrapor ao ódio e preconceitos da nossa elite cheirosa brasileira, alienada, comandada e teleguiada pelos oligopólios da comunicação brasileira, saudosos da repugnante ditadura militar de primeiro de abril de 1964.
O ódio dessa elite burra cheirosa contra os mais pobres, que tiveram acesso a inúmeras conquistas sociais 512 anos após o descobrimento do Brasil, encaminha as pessoas insanas e mais ricas o País para comportamentos semelhantes ao dessa “jornalista”, que prostituiu a sua pena aos meios de comunicação da direita húngara.
Precisamos, portanto, de muitas Sulamitas-estrelas brilhantes.
Só não gostei de um coisita no seu Blog: Essa palavrinha “More”, em cima da qual eu tenho que apertar o pitoco do meu computador para ler a matéria por inteiro.
Prefiro uma palavrinha brasileira.
Um abraço pernambucano,
Ruy Sarinho
Obrigada, Ruy querido. Vc e sua generosidade são comoventes. Assegiro-lhe que tbm não gostei “da palavrinha more” que obriga a td visitante-leitor a “apertar o pitoco do computador para ler a matéria por inteiro”. A coisa vem no pacote oferecido pelo provedor, que é estadunidense, sacumé?
Mas as três da madruga, qdo, depois de testar umas seis ou sete opções, finalmente terminei de personalizar o “tema” escolhido, não tinha mais fôlego para buscar solução.Há pouco, eu e Bárbara voltamos às configurações e novamente não encontramos caminho. Vou ter que pedir ajuda a outros “universitários”, hehe.
Então, não se aperreie que, se tiver caminho, encontraremos e substituiremos “more” por sua homônima brasileira, ou outra palavrinha ou expressão assemelhada da nossa Língua Pátria.
Xêro