
por Sulamita Esteliam
Hoje é aniversário de Dilma Vana Rousseff, a legítima presidenta da República. Feliz Aniversário, querida! Muita saúde e energia boa para segurar o leme, porque o mar não está mesmo para peixe.
E Dilma deve estar, de fato, muito triste. Não apenas pelo quadro de desalento em que está o país para cuja libertação e evolução tanto lutou. Mas, justo hoje o Brasil chora a morte de Dom Evaristo Arns, símbolo de resistência pela democracia e justiça social.
Em seu sítio na blogosfera, a presidenta postou:
Recebo com pesar a notícia do falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns, grande líder progressista incansável na defesa dos direitos humanos e da liberdade. Dom Paulo será sempre lembrado como símbolo da luta pela democracia, por sua atuação contra a ditadura.
O Brasil perde um defensor dos pobres, que passou a vida pregando igualdade de direitos e o fim da exclusão social.
Descanse em paz, amigo do povo. Seguiremos lutando!
O ex-presidente Lula também disse adeus a Dom Paulo Evaristo Arns, em nota de pesar publicada em seu sítio eletrônico:
O Brasil perdeu hoje um dos seus maiores símbolos na luta pela Justiça. Nossa América perdeu a voz destemida que enfrentou ditaduras truculentas e o braço amigo que abrigou centenas de refugiados que eram perseguidos nos países vizinhos. O mundo perdeu um vulto gigante na defesa universal dos Direitos Humanos.
Deus parece estar de brincadeira com a gente, só pode. Vai ver cansou de ser brasileiro. Motivos não lhe faltam, aliás.
A propósito, circula pela rede um vídeo no qual um gaúcho João de Almeida Neto declama o poema que parece ser feito sob medida para o momento atual brasileiro.
Pena que a postagem em circulação, nem a do declamador João de Almeida Neto não se preocupou com os devidos créditos. Coisas da Internet.
Uma rápida pesquisa no “pai” Google mostra que o poema é de fato a letra de uma canção gravada pelo paraibano Zé Ramalho em 2000, no disco Nação Nordestina. Os compositores são Orlando Tejo, Gilvan Chaves e Livardo Alves.
A letra fala sobre os problemas seculares do Brasil.
Quem tem memória ativa sabe que alguns deles, como o analfabetismo e a fome, por exemplo, foram sensivelmente reduzidos em 14 anos de políticas públicas desenvolvidas pelos governos Lula e Dilma.
Tudo colocado abaixo pelo desgoverno plutocrata Temer.
“Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, fico calado, faz de conta que sou mudo.”
O fatídico 13 de dezembro está aí para não nos deixar esquecer a quem serve o mordomo. Há mais do que “AI-5 da cidadania”, decretado pelo Senado, como bem definiu a RBA, em reportagem replicada pelo A Tal Mineira.
Enquanto a polícia do governo “socialista” rolemberguiano espancava trabalhadores e estudantes que protestavam contra a PEC Terremoto na Esplanada, a Câmara aprovava a MP 746, que reforma para pior o ensino médio.
Os jornais de hoje estampam o que chamam de vandalismo: o quebra-quebra no prédio da Fiesp, em São Paulo, das agências bancárias na Conde da Boa Vista, no Recife.
Em Beagá, alguns milhares de manifestantes cruzaram o centro da cidade em passeata, fortemente guardada pelo Choque. Aqui não houve conflito. Mas quem acompanhou a manifestação não pode evitar a constatação de desnorteamento.
É treva!
E o caos mal começou.
Ou Deus é de fato um cara gozador e adora brincadeira, como diz a letra de outra canção popular: Partido Alto, de Chico Buarque, celebrizada por Cássia Eller.
Duas leituras poéticas, críticas e irônicas, para o mesmo processo. Fecho com Chico/Cássia.
São tempos difíceis para os brasileiros e infelizmente isso tudo está só começando =/ Um abraço
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